21/03/2012

Reflexões para Semana Santa

O COMEÇO DA GRANDE SEMANA.
Domingo de Ramos
 
Obs.: Tanto depois da Leitura do Evangelho da Benção dos Ramos, como após a Leitura d Paixão, se recomenda uma BREVE homilia.
 
Para a Benção dos Ramos:

Evangelho: Mc 11, 1-10

Quatro pontos para a reflexão: a) Com esta cerimônia se inicia a Semana Santa.  b) Jesus é aclamado pela multidão (ramos, aclamações), mas entra de uma forma humilde (jumentinho). Ele será rejeitado.  c) Jesus enfrenta com coragem o desafio de sua condenação. d) Devemos caminhar com Jesus, enfrentando os desafios. Responder ao mundo, pelas nossas atitudes o -“Quem é este?” - Mártires de ontem e de hoje.
 
Para a Celebração:
1.      Introdução:

Iniciamos a Semana Santa. Preparamo-nos para ela, com a nossa caminhada quaresmal. Foi-nos pedido conversão. A Campanha da Fraternidade nos mostrou a necessidade de se mudar atitudes, a nos preocupar com a questão da saúde pública.  Nossa coleta, encerrando com um gesto concreto a Campanha da Fraternidade, vai ajudar aos projetos ligados a estas questões.   A Celebração de hoje não pode ser apenas a vitoriosa aclamação do Senhor que entra em Jerusalém, mas um compromisso de acompanhá-lo até a cruz, para com Ele ressuscitar.

2.      Primeira Leitura: Is 50,4-7 - Sei que não serei envergonhado...

A profecia do servo sofredor antecipa a cena da paixão de Jesus. Ele enfrenta os sofrimentos. A Comunidade deve ter a coragem de enfrentar os sofrimentos, pois eles geram a vitória final. Não podemos chegar à Ressurreição e à vida se não passarmos pela paixão e morte. É da fraqueza que devemos tirar a força para vencer os desafios.

3.      Segunda Leitura: Fl 2,6-11 - Quem se humilha será exaltado...

São as contradições de Deus; a força na fraqueza e a fraqueza na força. O que foi descrito na primeira leitura, aqui se concretiza. Aquele Jesus glorioso, da entrada triunfante em Jerusalém se torna o nada, na cruz. Mas depois se torna o Senhor.

4.      Evangelho: Mc 14, 1-15,47 - Paixão de Deus, paixão do mundo.

Saltamos do clima alegre da entrada triunfante para o clima da paixão, tortura, cruz, sofrimento... As paixões, as torturas, as cruzes e os sofrimentos de tantos calvários de hoje devem nos estimular a enfrentar os desafios. Mas não paramos na morte. Caminhamos para a Páscoa.
 

QUINTA-FEIRA SANTA

1.      Introdução.

Esta celebração lembra três fatos importantes do fim da vida terrena de Jesus: a instituição da Eucaristia, a instituição do sacerdócio e o exemplo de humildade no lava-pés. Sinais do grande serviço prestado à humanidade na cruz, Eucaristia, sacerdócio e caridade-serviço, formam uma unidade inseparável: a Eucaristia é o sacrifício da cruz por meio do sinal sacramental. O sacerdócio é a continuação do sacerdócio de Jesus, plenificado na cruz. A caridade é o amor doação que tem como maior exemplo o amor doação de Jesus na cruz. Celebrar a Quinta-feira Santa é estar com Jesus nos seus últimos momentos e participar da entrega total que Ele faz. Reunidos ao redor da mesa, também nós renovemos o nosso compromisso de entrega total.

 2.      Primeira Leitura: Páscoa = Deus liberta o seu povo.

O cerimonial da Páscoa lembra ao povo que Deus está do seu lado. Derrota o faraó opressor e protege o oprimido. Celebrada até hoje, como festa mais importante, ela é para os cristãos a lembrança de um Deus que liberta o seu povo através do novo cordeiro, que é Jesus Cristo.

3.      Segunda Leitura: Alimento para todos.

As refeições eucarísticas, em Corinto, não primavam pela delicadeza em esperar os mais simples, entre eles os escravos e operários. É neste contexto que Paulo relata o mais antigo testemunho sobre a Eucaristia. (seria interessante ler 1 Cor 11, 17-33).
4.      Evangelho: Lavadores de pés!

O Senhor se torna servo. Toda a sua vida tinha sido assim. Amanhã, na cruz, será assim! Servo, entrega a própria vida. O lava-pés, não é apenas um gesto simbólico, mas é na realidade o que fez par dizer que também nós devemos ser lavadores de pés. Estar sempre a serviço: A Eucaristia é total doação: o sacerdócio deve ser total doação; o mandamento do Amor só pode ser entendido como doação; a cruz é total doação. Como o Servo, também devemos ser servos. Fica fácil repetir o rito do lava-pés! O difícil é concretizá-lo em nossa vida!

5. Reflexão.

1. Como são nossas celebrações?

2. Quem está na liderança da Comunidade está a serviço?

3. Comunidade e Eucaristia têm que significado para nós? Qual a importância que damos às nossas celebrações? São substituídas facilmente pelo passeio, pela preguiça, pela TV...?

 SEXTA-FEIRA SANTA


Obs.: Após a Leitura da paixão, haja uma BREVE homilia.

Introdução:

Neste dia "em que Cristo, nossa Páscoa foi imolado”, (1Cor 5,7), torna-se clara realidade o que desde ha muito havia sido prenunciado em figura e mistério: a ovelha verdadeira substitui a ovelha figurativa, e mediante um único sacrifício  realiza-se plenamente o que a variedade das antigas vítimas significava. Com efeito, "a obra da Redenção dos homens e da perfeita glorificação de Deus, prefigurada pelas suas obras grandiosas no povo da Antiga Aliança, realizou-a Cristo Senhor, principalmente pelo mistério pascal da sua bem-aventurada Paixão, Ressurreição de entre os mortos e gloriosa Ascensão, mistério este pelo qual, morrendo, destruiu a nossa morte e, ressuscitando, restaurou a nossa vida Foi do lado de Cristo adormecido na Cruz que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja. (SC, n. 5) Ao contemplar Cristo, seu Senhor e Esposo, a Igreja comemora o seu próprio nascimento e a sua missão de estender a todos os povos os salutares efeitos da Paixão de Cristo, efeitos que hoje celebra em ação de graças por dom tão inefável. (CB, n. 312).

 Reflexão:

1 - A cruz redentora e libertadora de Cristo.

2 - Não parar na morte, mas apontar para a ressurreição.

3 - Os que morrem hoje, vítimas da violência, do desemprego, do sistema.

4 - A morte da natureza = pecados da humanidade.

5 - Somos convidados a seguir os passos de Jesus: nossos sofrimentos, dores, desafios...
 
SÁBADO SANTO - VIGÍLIA PASCAL

Obs.: Para a Vigília Pascal, propõem-se nove leituras: sete do AT e duas do NT. Se as circunstâncias o exigirem, por razões particulares, o número de leituras pode ser reduzido. Mas, devem-se ler ao menos três do AT ou, em casos mais urgentes, duas antes da Epístola e do Evangelho. Nunca se omita a leitura do Êxodo, sobre a passagem do Mar Vermelho.(3ª leitura).

.Gn 1,1-2,2    .Gn 22,1-18   3ª.Ex 14,15-15,1   4ª.Is 54,5-14   5ª.Is 55,1-11  6ª.Br 3,9-15.32-4,4   7ª.Ez 36,16-17a.18-28  Epístola: Rm 6,3-11   Evangelho: Mt 28,1-10
1.      Introdução:

Páscoa quer dizer “passagem”. Deus passa entre os homens, os homens passam o Mar Vermelho, Cristo passa da Morte à Vida, o batizado passa do pecado à Graça. Passamos das Trevas para a Luz. Iniciamos nossa vigília, com a mais bela das cerimônias: a benção do fogo novo que acende o Círio Pascal, iluminando nossa noite. E cantamos a alegria desta noite... Depois ouvimos a história da salvação, desde o começo da criação, até a notícia de que Aquele que estava morto Ressuscitou! Cantamos o alegre Aleluia, anunciando ao mundo esta verdade: a morte foi vencida!

2.      Leitura: Ex 14,15-15,1 - Liberdade, liberdade...

A passagem do Mar Vermelho divide a história do povo judeu entre o passado da opressão e futuro da liberdade. Não há mais caminho de volta. O mar se fecha, os inimigos são derrotados. Há agora uma caminhada pela frente. É proclamada a independência de um povo. O hino de Moisés, que canta esta vitória é a forma poética de narrar o mesmo fato: Deus libertou o seu povo.
3.      Epístola: Rm 6,3-11 - Morte e vida

Jesus foi morto por um sistema religioso fanático e por um sistema político opressor. Mas Deus o ressuscitou. Pela fé e pelo batismo, o cristão participa desta sua morte-ressurreição. É preciso morrer (=converter-se) para participar da Vida.

4.      Evangelho: Mt 28,1-10 - Da morte para a vida

É manhã do primeiro dia da semana. É manhã de Domingo. É o dia do Senhor. Por causa desta manhã, os cristãos vão se reunir todos os Domingos para lembrar este Dia: neste dia Jesus ressuscitou! Sua história não para na morte. Ele ressuscitou. Esta é a verdade central de nossa fé. E somos continuadores do anúncio desta verdade. Devemos continuar em todos os lugares e em todos os momentos a anunciar esta verdade, transformando o medo da morte na alegria da vida. Com Jesus devemos também fazer esta passagem, esta Páscoa.

 5.      Reflexão.

1. Somos das Trevas ou somos da Luz? Escravos ou Livres?

2. Como estamos vivendo o nosso Batismo? Procuramos nos converter a cada dia?

3. Estamos anunciando a Vida? Que projetos nossa Comunidade tem para dar valor à Vida?

6.      Dinâmica:

Depois da homilia, fazer o abraço da paz e desejar Feliz Páscoa.

DOMINGO DE PÁSCOA

 1.      Introdução:

A ressurreição não é mero milagre que mostra a divindade de Jesus: Deus não pode morrer! Também não é uma vingança sobre os inimigos que o mataram! É muito mais: é a resposta de Deus às nossas mais profundas interrogações e por isso é a mais bela noticia que temos. Nossa história não termina com a morte. E através da Ressurreição Jesus vem selar o que pregou, vem dar fundamentação ao seu projeto, vem dizer que o Reino anunciado é de verdade o Reino de Vida, de Verdade e de Justiça!

 2.      Primeira Leitura: Testemunhar a Vida.

Pedro faz um resumo da história de Jesus. Fala do Jesus da história e do Cristo ressuscitado. É a ressurreição que ilumina todo o passado de Jesus e projeta luz para a caminhada da Igreja: anunciar esta novidade é tarefa nossa. Não mais morte, não mais sofrimento, não mais doença, mas Vida. Ressuscitados com o ressuscitado!

3.      Segunda Leitura: Batizados = ressuscitados.

Todo batizado deve viver de acordo com o seu Batismo. A Liturgia Batismal salienta bem o morrer (mergulhar, dar um banho, lavar) e o viver (o sair da água, a roupa nova, a luz). Não podemos nos comportar mais como antes. Se batizados devemos procurar viver esta vida nova que recebemos. Agora estamos incorporados à Cristo. E a Cristo ressuscitado!

4.      Evangelho: Jo 20,1-9 - Ele não está morto!

Um túmulo vazio! É o que encontram Pedro e João. E mais tarde Jesus vai aparecer a Madalena, aos apóstolos... Tudo para confirmar que Ele não está morto. As testemunhas passaram para nós esta verdade. É por causa desta verdade que estamos reunidos hoje. É por causa desta verdade que nos reunimos a cada Domingo. A verdade da Ressurreição deve tomar conta de nossa vida a tal ponto, que devemos anunciá-la aos outros, e como os mártires dar a vida para defendê-la. Jesus está vivo! Esta é a grande noticia que devemos espalhar para o mundo inteiro. E porque Ele está vivo todos têm o direito à vida.
5.      Reflexão.

1. Qual o sentido de nossa esperança?

2. Estamos lutando para defender a vida?

3. Vale a pena lutar pela vida, se a morte toma conta da história? Somos anunciadores da Ressurreição?

6.      Dinâmica:

Depois da homilia, fazer o abraço da paz e desejar Feliz Páscoa.

5º DOMINGO QUARESMA

Introdução:

Jesus é o grão de trigo que foi sepultado nesta terra, para que de seu lado aberto brotasse uma vida nova, vida diferente. Diante de Jesus, que cura os doentes, que pronuncia palavras sublimes ou faz prodígios, há quem se escandalize e quem se comova, há os que se convertem e os que ironizam. Diante de Jesus morto na cruz só há silêncio: ele me amou até morrer por mim. Cada um se encontra sozinho diante do mistério de Cristo: "Deus morreu e nós o traspassamos. Nós o matamos encerrando-o no invólucro deteriorado das idéias rotineiras, exilando-o em formas de piedade sem conteúdo ou em preciosismos arqueológicos; matamo-lo pela ambigüidade da nossa vida que lançou um véu obscuro sobre ele" (J. Ratzinger). A fé cristã recebe da cruz de Jesus sua forma característica: dizer sim à aventura de perder a própria vida, dizer sim a um amor autêntico.



I Leitura: Jr 31,31-34 – Nosso Deus é o Deus da Aliança.

Os caps. 30-31 de Jeremias, de onde é tirada a leitura, constituem o pequeno livro das "Consolações de Israel” destinado a infundir nos exilados a esperança do retomo. O profeta compara essa volta com uma nova aliança, que terá suas raízes no mais intimo do coração. Neste momento difícil, o profeta descortina um futuro cheio de esperança: Deus realizará uma aliança nova  com o povo: as estruturas do poder serão superadas pela fraternidade e as estruturas econômicas pela partilha justa dos bens que Deus concede a todos.



II Leitura: Hb 5,7-9 – Sacerdote da Nova e Eterna Aliança....

O autor da carta se serve dos Sl 2,7 e 1019,4 para proclamar Jesus Cristo Filho de Deus e Sacerdote para sempre segundo a ordem de Melquisec: Ele é verdadeiramente Deus; é plenamente e totalmente verdadeiro homem e é indissoluvelmente Deus-homem. Tomou sobre si nossas dores, nossos pecados e a partir de sua presença no mundo nos deu condições de reatarmos uma nova aliança com Deus: de novo somos filhos e com direito à salvação.



Evangelho: Jo 12,20-33 – Se o grão de trigo não morrer...

A grande novidade que Deus tem para os homens está em Jesus, que vai revelar na cruz a vida nova. Aí ele demonstra o maior ato de amor: doação de sua própria vida em favor dos homens. Na cruz Jesus demonstra o grau perfeito de ser o Redentor, morrendo como escravo, escravo rebelde, fugitivo. Matava-se na cruz o escravo que optasse pela liberdade: a liberdade é o supremo pecado contra o regime de dominação. Quem quiser seguir Jesus tem que optar por este mesmo caminho: “quem quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Mc 8,34)



Reflexão.

1. Estamos no projeto da Nova Aliança?  Reconstruindo uma nova sociedade? Associar a CF/12.

2. Se somos FILHOS, onde está a dignidade dos filhos?

3. Como está o nosso seguimento a Jesus? Temos a coragem de morrer para dar frutos?



Dinâmica: Fazer a Profissão de Fé diante da uma grande CRUZ erguida à frente da Assembléia.




13/03/2012


4º DOMINGO QUARESMA

 Introdução:

O mistério da encarnação do Verbo (Jo 1,14), contemplado no dia 25 de março, providencialmente dentro da Quaresma, faz com que a vida seja retomada em outro sentido. A vida passa a ter um significado maior: vida da graça, vida divinizada, de tal forma que não cansamos de repetir: ”Nossa humanidade foi divinizada quando Deus se humanizou”. Por isso a necessidade do respeito à vida, em todos os sentidos e dimensões. Não tem razão de ser guerras idiotas, produzidas para dizimar vidas; não tem sentido o crime organizado, produzido para favorecimento de poucos, que ceifa tantas vidas, não tem razão de ser a corrupção que corrói o país... Assim podemos perceber que o ser humano passa a ter outro valor. Somos filhos de Deus, irmãos uns dos outros... Dentro de nós habita Deus. Não há dignidade maior, título honorífico maior do que este: filhos de Deus. E na verdade o somos, diz são João(1Jo 3,1). Por isso não há razão de ser a exclusão, a marginalização, o desrespeito à pessoa humana... É preciso ter esperança. Nada melhor do que esta palavra, diante do mistério da Páscoa.

I Leitura: 2Cr 36,14-16.19-23 – Implodir para reconstruir!

As infidelidades levaram o povo à catástrofe que são consideradas como castigo de Deus. (Lembrar os outros “castigos”: Expulsão do Paraíso, Dilúvio, Torre de Babel, Exílio). Mas isto não significa que Deus não será fiel. Termina com o anúncio de uma esperança: volta para a terra e reconstrução do templo, que o permitirão ao povo reconstruir sua identidade, e, apesar de todas as limitações, continuar tentando realizar o sonho de Deus: ter um povo que seja fiel à Aliança!
II Leitura: Ef 2,4-10 – Graça sobre graça...

Paulo opõe duas épocas e dois modos de viver: sem Cristo e com Cristo. Sem Cristo é o mundo pagão, cuja mentalidade, modo de pensar e agir, manifestam a presença ativa do mal, que é o egoísmo que assume formas individuais e coletivas, dividindo os homens. Com Cristo surge a nova forma de se viver: o amor gera doação e comunhão, através das obras que continuam a ação de Jesus Cristo, realizando o projeto de Deus.
Evangelho: Jo 3,14-21 – Agir com transparência...

A grande novidade que Deus tem para os homens está em Jesus, que vai revelar na cruz a vida nova. Aí ele demonstra o maior ato de amor: doação de sua própria vida em favor dos homens. Mas a sua presença muitas vezes incomoda. Até divide: de um lado os que acreditam e vivem o amor. Do outro lado os que permanecem fechados no seu próprio interesse e seu egoísmo, gerando opressão e exploração; por isso estes sempre escondem suas verdadeiras intenções: têm medo da Luz e se escondem dela...
Reflexão.

1. Como estamos vivendo reconstruindo uma nova sociedade? Associar a CF/12.

2. O tempo da Quaresma está produzindo em nós verdadeira conversão?

3. De que lado estamos?

 Dinâmica: O 4º Domingo é de alegria! A Páscoa está próxima. Paramentos róseos, flores, muita LUZ...


07/03/2012

3º DOMINGO QUARESMA

Introdução:
Nossa expressão de aliança para com Deus, muitas vezes se manifesta apenas numa visita dominical a uma igreja ou a um ato religioso apressado, para cumprir um preceito. O ato repetitivo de ir à igreja ou de fazer alguma oração decorada descaracteriza nosso pacto amoroso para com Deus. Ele é o Deus da aliança. A quaresma é uma oportunidade para que se retome a caminhada da aliança. Os atos quaresmais, do jejum, da esmola e da oração, facilitam este recomeçar. Será preciso chegar à Páscoa com o coração preparado para participar da Ressurreição de Jesus. A Campanha da Fraternidade também nos ajuda a ir ao encontro do outro, sobretudo do doente, para resgatar a sua dignidade.

I Leitura: Ex 20, 1-17 – A Aliança libertadora!

A primeira observação a fazer é que essa Lei (os dez mandamentos) é apresentada como a Lei da Aliança. Toda Aliança supõe cláusulas estipuladas entre os contratantes, É preciso ter conhecimento explícito das condições da Aliança, para poder permanecer nela e saber quais as infrações que a rompem. Deus oferece uma Aliança ao povo de Israel. É um imenso privilégio ser aliado do Deus poderoso que libertou o povo do Egito. Alias para que Israel possa continuar a gozar da proteção e do amor benevolente desse Deus, e ao mesmo tempo usufruir da liberdade, Deus lhe dá a garantia de uma Aliança. Ora, essa Aliança tem como condição necessária os 10 mandamentos. É nesse contexto que deve ser compreendido o decálogo. Os mandamentos não são simples princípios éticos, nem apenas normas de boa convivência. Caminho religioso. Margens que seguram o rio para que caminhe para o mar. Placas indicativas. Ver o lado positivo.

II Leitura: 1Cor 1, 22-25 – Jesus Crucificado! Causa de escândalo...

No Primeiro Testamento o sinal da aliança não é mais o sangue dos cordeiros, mas o sangue de Cristo (consagração do cálice). Por isso, no anúncio cristão, o evento pascal não é mais a libertação do Egito, mas o Cristo crucificado. A salvação é agora obtida mediante a fé no acontecimento da cruz. A cruz é poder e sabedoria de Deus, porque capaz de dar a salvação; enquanto a sabedoria humana, judaica ou grega, que não reconhece cruz uma força salvífica, se tornou incapaz de indica aos  homens uma via de salvação.
Evangelho: Jo 2, 13-25 – Novas propostas!

A renovação do culto exigida por Cristo é fortemente acentuada neste episódio evangélico. Cristo é rejeitado em seu ato de purificação messiânica das antigas estruturas cultuais, mas essa rejeição servirá para dar nascimento ao novo centro de culto, o seu corpo. Cristo se torna assim a nova proposta de Deus ao homem. Quem quer adorar a Deus em espírito e verdade deve fazê-lo em Cristo, mas isso exige a fé, que tem como pressuposto a total realização do evento salvífico. Não mais o templo, não mais os ricos, não mais o poder...
Reflexão.

1. Como estamos vivendo a aliança. Associar à CF/12

2. Que Cristo anunciamos?

3. Quais as novas propostas: nova religião, novas opções, novo modo de servir.



Dinâmica: Fazer a aspersão da água no Ato Penitencial e renovar as promessas do batismo, depois da Homilia.


05/03/2012

JEITO TEM!


Li em algum lugar, que em certa época, quando dava hora de missa, soldados iam de casa em casa, obrigando a população a ir para a igreja.

Quando adolescente em Castelo, éramos obrigados a levar sempre um documento de identidade e depois de certa hora da noite, se apanhados, devíamos nos explicar o que estávamos fazendo na rua. Se não, delegacia e pai tinha que ir buscar e explicar...

Essas considerações iniciais abrem uma reflexão sobre o desalento impotente das nossas autoridades diante do avanço das drogas. “Não tem jeito!”. A força, o poder, a agigantamento da questão fazem com que não se tomem atitudes  

Jeito tem! Basta que atitudes enérgicas sejam tomadas.

1.     Como lá, na história antiga, uma mão forte obrigando nossos jovens e adolescentes a estarem na escola, como uma tarefa que não pode ser trocada por nada. Se possível num sistema de tempo integral. Chegar de manhã e só sair à noite.

2.     Como lá na nossa adolescência em Castelo, baixar um sério “toque de recolher”. Passou daquela hora teria que dar explicações sérias. Se não...

3.     Políticas públicas abrindo espaço para a nossa juventude ter esporte, salas de aprendizagem das mais diversas artes

4.     Casas de recuperação que não sejam paliativos e mascaramento de recuperação. Recuperação mesmo, para valer. Um ano inteiro de internação, com o tripé sério aplicado a cada dependente: religioso – psicológico e de laborterapia.

Para o médico e vereador do Rio, Paulo Pinheiro (PSol), há um alarde em torno do plano de enfrentamento do crack. "Os governos fazem muito carnaval com relação às políticas públicas. No Rio, não faltam recursos. A Prefeitura gastou mais de R$ 100 milhões em propaganda. Não basta retirar estas crianças da rua. É preciso capacitar e contratar profissionais da área médica, como psicólogos e psiquiatras, para que o tratamento seja feito adequadamente. Se isto não for feito, não vai haver combate nenhum ao crack e a esta medida da Dilma Rousseff vai ser muito ousada no papel e inexistente na prática", destacou o parlamentar.

Nossos bairros infestados pelas drogas devem ser assumidos pelo Conselho Municipal de Combate às Drogas para ações práticas em relação ao combate verdadeiro às drogas. Ações de repressão são inúteis. Será preciso estabelecer em cada bairro um centro onde nossos jovens possam ter oportunidade de preencher o seu tempo com atividades que os retirem do meio da rua (Vide Projeto Villagindo da Irmã Rita). Transformar nossas escolas em escolas de tempo integral (as estaduais e municipais). Incentivar a criação de grupos de auto-ajuda onde os dependentes e familiares possam ter um espaço para colocar em prática os 12 passos (Grupo Esperança Viva, Pastoral da Sobriedade, AA, ...)

A presidente Dilma Rousseff lançou no dia 07 de dezembro de 2011 em Brasília o Plano de Enfrentamento ao Uso do Crack e outras Drogas, uma de suas principais promessas de campanha. O programa, com investimento de 4 bilhões de reais, terá como ações o atendimento ao dependente químico e a seus familiares, o combate ao tráfico de drogas e a prevenção ao uso dessas substâncias. "O crack é um drama, uma tragédia humana que leva a pessoa a se dedicar a uma atividade autodestrutiva', disse a presidente. “Temos de conhecer o que leva as pessoas a buscar a droga, a parte da prevenção é uma ação sobre nós todos – poderes públicos e sociedade civil”.

Dinheiro tem.

Jeito tem.



Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto