24/07/2012

17º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Introdução:

Neste Domingo a Palavra de Deus nos questiona sobre a nossa maneira de construir a sociedade. A mentalidade de muitos é que as coisas são assim mesmo. Não se questionam nem denunciam um sistema diabólico que construiu uma sociedade de ricos e pobres a partir de um esquema humano, onde uns poucos, devido a certos fatores da história, têm muito, enquanto a grande maioria (o Brasil possui 16,2 milhões de pessoas em situação de pobreza extrema). vive marginalizada, com fome, sem salário, sem casa, sem remédio, sem escola,... Por que o cristianismo não conseguiu construir uma sociedade justa e solidária? Por que os cristãos, ao optar pela verdade do Reino, não são capazes de mudar as mentalidades? Quando vão acontecer os Novos Céus e a Nova Terra?


 I Leitura: 2Rs 4, 42-44 – Comendo com sobra.

Eliseu, discípulo de Elias, ganha um presente.  E o distribui à Comunidade. Ensina, assim que, havendo partilha, todos podem ficar satisfeitos e ainda ter de sobra.  Todo o capitulo 4 narra os feitos de Eliseu em relação aos pobres: multiplica o azeite da viúva para que pague suas dívidas, promete um filho à mulher estéril e depois ressuscita esta criança, faz com que a sopa venenosa não faça mal às pessoas com fome, distribui o que recebe de presente... Deus age desta forma com o seu povo: é do Deus da fartura, da abundância.



II Leitura: Ef 4, 1-6 - Unidade.

A unidade é o ponto central da vida cristã.  Jesus veio para tornar o que estava desunido, destroçado, unificado. Os cristãos deveriam ser exemplo dessa unidade, que deve superar as divisões humanas, impostas por sistemas que vão contra as propostas de Jesus. Devemos estar a serviço da unidade, sendo solidários, construindo uma sociedade de iguais.  Não chegamos ainda na proposta de Jesus: anunciar a Boa Nova aos pobres, proclamar a libertação dos presos, recuperar a vista aos cegos... (cf Lc 4, 14ss) Este é o programa de vida de Jesus. Também deve ser o nosso!
 

Evangelho: Jo 6, 1-15 – Tanto quanto queriam...

É preciso assegurar a todos a subsistência e a dignidade. A segurança não está no muito que poucos possuem e retêm para si, mas no pouco que deve ser repartido entre todos. Jesus inaugura um novo êxodo e a passagem para a terra prometida. O povo estava sem lideranças. As que existem oprimem e espezinham o povo. Jesus sacia sua fome. Não com discursos, mas com ação. Não com o sistema de compra e venda, mas com a partilha. Quando as pessoas agem com liberdade, humanidade e maturidade, o pouco se torna muito, e até sobra.

Reflexão.

1. Sabemos partilhar o que temos?

2. Fazemos acontecer o programa de vida de Jesus?

3. Como o menino, sabemos dar o pouco de pão e de peixe?

 Dinâmica:

Trazer pães que possam ser repartidos no final da celebração.


17/07/2012

16º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Introdução:

Existem lideranças e lideranças... Boas e más. Se uma liderança é má, conduz o grupo para coisas e atitudes que desencadeiam morte. Se forem boas, vão despertar para a vida. A palavra Pastor, tão usada na Bíblia, pois a cultura da época era “pastoril”, fala bem das atitudes de quem toma conta do rebanho. A liturgia de hoje nos ajuda a perceber e fazer uma leitura crítica dos que estão no poder, seja na sociedade seja na Comunidade. Muitos querem o poder, o “cargo”. Mas é preciso buscar o serviço. Será preciso rever as atitudes das lideranças, se são movidos pela verdadeira compaixão. Não a compaixão de chamar alguém de coitado, sem fazer nada. Mas a “paixão” que nos faz sentir “com”.


 I Leitura: Jr 23,1-6– Deus mesmo será o Pastor!

Deus faz uma avaliação negativa dos governantes de Judá. Mostra que a política deles foi a principal responsável pela queda de Jerusalém e pelo exílio. Mas há esperança para o povo. Deus reunirá novamente seu rebanho, de todos os lugares, e lhes dará um bom pastor. Deus mesmo vai suscitar um futuro rei justo que governará o povo conforme a justiça e o direito. Para os judeus esta promessa ainda vai se cumprir. Para nós cristãos, isto se realiza em Jesus. 

 II Leitura: Ef 2, 13-18Cristo é nossa Paz.

Para os judeus os pagãos estavam longe de Deus. Paulo nos ajuda a entender que em Cristo o que era dividido se torna unidade. Não há mais discriminação. De todos os povos Deus fez uma nova realidade: o “homem novo”. A morte de Cristo derrubou o muro de separação, surgindo assim um novo povo, a igreja, que se abre para todos. Não há mais diferenças. A verdadeira paz vai se construir a partir do momento em que nós destruirmos as barreiras que nos separam.


Evangelho: Mc 6, 30-34– Teve compaixão.

Depois da missão, um momento de descanso. Os discípulos estão entusiasmados com o que puderam fazer. É preciso um momento de solidão e interiorização. Vão para um lugar deserto. Mas a multidão é prioridade. Jesus deixa-se mover pela “compaixão”, reconhecendo na multidão as ovelhas que precisam de pastor. Logo depois da missão é narrada a morte de João, o Batista, durante um banquete. Banquete de morte!  Mc nos prepara para o Banquete da Vida, a multiplicação dos pães, que meditaremos no próximo domingo. A compaixão é tamanha que Jesus não despede a multidão de mãos vazias. As promessas do Primeiro Testamento  se realizam. Na Eucaristia somos alimentados pelo Pastor que tem compaixão de nós.

Reflexão.

1. Somos apenas tarefeiros, cumprindo funções?

2. Somos sinais de unidade e de paz?

3. Como vivemos nossa compaixão?


Dinâmica:

Mostrar as Pastorais da Comunidade e os membros do CPC. Perguntar se todos sabem qual a função do CPC.

  

10/07/2012

15º DOMINGO DO TC

Introdução:

Cada um de nós, no dia do nosso batismo, recebeu uma missão profética. Quando somos ungidos na fronte, nos é lembrada esta missão. Não é algo instituído, mas um dom recebido. Alguém se torna profeta por um especial chamado e iniciativa de Deus, não por designação humana. O profeta vai ser sinal de contradição, vai enfrentar as estruturas, vai denunciar...  Quem assume esta missão como cristão e povo de Deus sabe que vai correr todos os riscos: indiferença e rejeição, injúrias, perseguições e angústias. A missão profética poderá encontrar resistência, sofrer críticas, ser desacreditada. Não importa! O importante é exercer nossa missão profética, anunciando e denunciando.

  I Leitura: Am 7, 12-15 – A verdade dói...

Amós era do Sul. Deixou sua vida tranqüila e foi anunciar e denunciar no Norte. Começou a incomodar porque denuncia as estruturas injustas do poder e da religião, denunciando o “santuário” do rei. Por isso é expulso. Não é dos profetas de profissão, mas declara que foi o próprio Deus que o enviou. A missão do profeta provoca mudanças e rupturas radicais na sociedade. Deus continua zelando por seu povo, enviando profetas. Deus não fica calado. No batismo recebemos a missão profética: não podemos nos calar, mas ir e falar ao povo.


II Leitura: Ef 1, 3-14Fomos escolhidos.

Paulo se apresenta como ministro do Evangelho.  Tem consciência de que Deus o chamou a anunciar a riqueza de Deus, e faz isto com muita alegria: todos são membros do mesmo Corpo de Cristo e que Deus quer salvar a todos. Este hino de louvor em forma de benção resume o que Deus quer de nós: integrados na verdadeira missão do cristão – isto é, levar adiante o seu Reino.

 Evangelho: Mc 6, 7-13 – Enviados.

Depois de ter sido rejeitado, (domingo passado) Jesus começa a enviar os discípulos. O que Ele fazia os discípulos devem fazer. Continuam sua missão. 1) A caminhada é difícil e longa. 2) Ser despojado. 3) Contentar-se com a hospitalidade oferecida.  A missão dos discípulos (e dos cristãos) em nada difere da de Jesus: todos anunciam a mudança radical no modo de viver, sintetizada na palavra conversão; todos têm a comum tarefa e poder de libertar as pessoas de tudo o que é opressão e marginalização, simbolizadas pela expulsão de demônios; todos têm como objetivo restaurar as pessoas, a fim de que tenham vida (curar as enfermidades).

 Reflexão.

1. Estamos assumindo nossa missão profética?

2. Somos anunciadores alegres da proposta de Jesus?

3. Apesar das rejeições continuamos nossa tarefa evangelizadora?


Dinâmica:

Entrar com uma Bíblia grande e bonita, uma cruz grande, com sandália e o nome dos profetas de hoje.




05/07/2012

14º DOMINGO DO TEMPO COMUM



Introdução:

As comunidades celebram a fé naquele que se encarnou no seio de Maria, se fez homem, sofreu, foi morto, sepultado e ressuscitou. Na celebração da Eucaristia recebemos aquele que foi rejeitado por ser trabalhador, filho de Maria, uma pessoa como as demais do seu tempo, na aldeia de Nazaré. Em outras palavras, recebemos aquele que encarnou plenamente a realidade humana. Estabelecer comunhão com ele é encarnar-se também e correr todos os riscos: indiferença e rejeição, injúrias, perseguições e angústias. A missão profética poderá encontrar resistência, sofrer críticas, ser desacreditada. Não importa! O importante é exercer nossa missão profética, anunciando e denunciando.



 I Leitura: Ez 2, 2-5 – A verdade dói...

Ezequiel é um sacerdote exilado na Babilônia. Deus se manifesta através do profeta para dizer que Ele continua interessado em seu povo: quer a libertação, quer a vida. Mas o povo vai se mostrar indiferente. Não vai gostar do recado profético, pois costumam rejeitar os profetas, desde Moisés, até o próprio Cristo. Mas, pelo menos saberão que há um profeta no meio deles, que Deus não fica calado. No batismo recebemos a missão profética: não podemos nos calar diante dos novos desafios no nosso tempo.



II Leitura: 2Cor 12, 7-10 - Céu e inferno.

Paulo acabara de falar das grandes revelações que teve, pois Deus o privilegiou com experiências extraordinárias. Ele poderia se orgulhar dessas experiências, recorrendo a elas como argumentos para aquelas ocasiões em que era contestado, como os conflitos que transparecem nas cartas aos coríntios. Passa por experiências do céu. Mas também sofre o “inferno” quando se refere a este espinho na carne. Ele experimenta um paradoxo: são os consolos de quem se entrega à missão, mas ao mesmo tempo as incompreensões, as rejeições, os limites humanos. O que não pode é desanimar...





Evangelho: Mc 6, 1-6 – Causa de escândalo.

Depois de ter feito milagres, os conterrâneos de Jesus se escandalizam: não querem admitir que alguém como eles, possa ter sabedoria superior à dos profissionais e realize ações que indiquem que Ele é Deus. Para eles o empecilho é aceitar que Deus se encarnou, se fez homem, num contexto social... Ainda hoje as ações da Igreja, continuadora das ações de Jesus, são criticadas, sobretudo quando se coloca ao lado dos pobres, dos excluídos, dos marginalizados, quando denuncia as desigualdades, as injustiças sociais, a violência...





Reflexão.

1. Estamos assumindo nossa missão profética?

2. Diante das críticas, como reagimos?

3. Apesar das rejeições continuamos nossa tarefa evangelizadora?



Dinâmica: Entrar com uma Bíblia grande e bonita, uma cruz grande, com os nomes dos profetas de hoje.