22/02/2011

DEUS NÃO SE ESQUECE DE NÓS. - VIIIº Domingo do Tempo Comum


1. Introdução.

Existem duas linhas de relação para com Deus. Uma primeira, que espera que tudo venha dele, como mágica. E a segunda que dispensa a ação de Deus na vida dos humanos. Hoje vamos perceber que nossa confiança deve ser total, mas não passiva e alienante. Gosto muito da proposta que foi transformada em oração: "Reze como se tudo dependesse de Deus e trabalhe como se tudo dependesse de você."
2. Primeira Leitura – “Eu não te esquecerei.” (Is 49, 15).

O contexto é o da volta do exílio da Babilônia. No exílio a reclamação: Deus se esqueceu de nós! A resposta de Deus aponta para o carinho materno: mesmo que a mãe se esqueça do filho, Deus não se esquecerá dos exilados e os fará retornar. O salmo 61 é a resposta de confiança de quem entendeu isso.

3. Segunda Leitura - “O Senhor manifestará os projetos dos corações” (1Cor 4, 5).

Diante das dificuldades vividas pela comunidade de Corinto, Paulo traça o perfil do agente pastoral que não deve temer os julgamentos humanos. “Só Deus pode fazer verdadeira justiça, pois só ele conhece a totalidade e profundidade do homem, para além das aparências e interesses.”

4. Evangelho – “Não vos preocupeis com o dia de amanhã.” (Mt 6, 34).

Buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça. Estamos divididos entre Deus e o dinheiro. Os bens materiais devem ser buscados para a sobrevivência e não para ser o apoio de segurança. E, sobretudo para a partilha. Alimento, roupa, coisas materiais são preocupações pagãs... Se vivermos a busca do Reino e a sua justiça isso nos será dado por acréscimo. Não podemos ficar esperando as coisas caírem do céu, como mágica. O processo é dinâmico = BUSCAR...

5. Conclusão.

Deus jamais nos abandona. Ele se faz presente em nossa história. Mas será preciso escolher valores perenes. As coisas deste mundo passam. “O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras não desaparecerão”. (Mt 24, 35). É até poético perceber o feminino de Deus, que cuida de nós mais do que uma mãe. É até poético ouvir Jesus falar das aves dos céus, dos lírios dos campos. Mas será preciso assumir a busca daquilo que realmente tem valor. Devemos ser incansáveis e dinâmicos buscadores dos valores do Reino. O mais nos será dado por acréscimo.

Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto


catedral@dci.org.br



21/02/2011

EXIGÊNCIA ESTRANHA - VIIº DOMINGO DO TEMPO COMUM

1. Introdução.

As exigências de Jesus têm sido estranhas. Não quer a superficialidade “dos escribas e fariseus”. O legalismo pura e simplesmente não tem razão de ser para o cristão. Jesus quer algo mais. Para nós não basta assumir o estrito necessário. O “Vós ouvistes o que foi dito” e o “Eu, porém, vos digo” deve ressoar como um apelo à conversão. Já no domingo passado éramos chamados a mergulhar na questão do cuidado para não matar o irmão com as diversas mortes, cuidado para não se permitir comportamentos adulterinos,... Hoje somos instigados por uma proposta estranha aos nossos conceitos humanos: amar até o inimigo!

2. Primeira Leitura – “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. (Lv 19, 18).

Para ser santo é preciso amar o próximo. O cap. 19 retoma todas as exigências já expostas no Decálogo. Seguir os mandamentos é buscar a santidade. Amar o próximo é fazer aquilo que Deus é: AMOR. São João vai definir assim Deus: “Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele”. (1 Jo 4, 16).

3. Segunda Leitura – “Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo, e Cristo é de Deus”. (1Cor 3, 22-23).

Dentro do contexto deste Domingo, Paulo nos ajuda a buscar uma sabedoria baseada nas propostas de Deus. Paulo faz um confronto entre a sabedoria do mundo (insensatez) e Deus, para que não nos fundamentemos em propósitos humanos. Daí a exigência maior para o cristão.

4. Evangelho – “Amai os vossos inimigos.” (Mt 5, 44).

O algo mais que Deus quer de nós, a necessidade de ir além, nos incomoda. É sobre-humano. Mas é isso mesmo que Deus quer de nós: algo mais, ir além. O texto de hoje aponta duas das ações para colocar em prática esta ação: AMAR e REZAR. Em Lucas 6 temos as outras ações – “Amai os vossos inimigos e fazei o bem aos que vos odeiam. Falai bem dos que falam mal de vós e orai por aqueles que vos caluniam.” – FAZER O BEM e FALAR BEM. Nestas quatro ações estará contido nosso verdadeiro amor ao próximo.

5. Conclusão.

É complicado ser cristão. Mas é preciso fazer a diferença. Jesus não nos chama para coisas fáceis. É bom lembrar o convite feito: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga”. (Mt 16, 24). O exemplo vem dele: entrega total. Para todos. Na nossa celebração vivemos de uma maneira prática esta proposta de Jesus. Mas será preciso fazer com que isso se torne realidade também no nosso dia-a-dia. Conversão.

Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto


catedral@dci.org.br