1. Introdução:
Na festa de hoje olhamos para os
nossos irmãos e irmãs que já alcançaram a contemplação definitiva de Deus.
Estão, como dizemos, no céu. Mas olhamos também para cada um de nós que deve
constantemente buscar esta santidade. Os santos e santas de ontem são um apelo
para que nós, os santos e santas de hoje demos um testemunho constante de vida
de santidade. Deus é santo. E o apelo dele é justamente este: Sede santos, pois
Eu sou santo (cf. Lv 11,45). Buscar a santidade não é algo de extraordinário,
fazer milagres, produzir coisas fantásticas... Os grandes santos fizeram as
coisas ordinárias de um modo extraordinário. Deus nos torna filhos e
filhas: já temos a vida dele em nós. Basta conservar esta vida da graça para
sermos santos. Mas os desafios são inumeráveis: devemos enfrentar as
perseguições, os dragões, as tentações... Mas temos as armas: a Palavra de
Deus, a Eucaristia, os Sacramentos, a vida em Comunidade....
2. João viu
o número... “Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos,
povos e línguas.” (Ap 7, 9).
A marca na fronte é
o sinal da salvação e da pertença a Deus. O número 144.000 (12x12x1.000) é o
número total e perfeito. A salvação está aberta a todos (todas as nações,
tribos, raças e línguas) A veste branca lembra a pertença ao novo povo
(batismo) e as palmas, o enfrentamento dos desafios. Ser santo é pertencer
aos assinalados, sem distinção de raça ou status e fazer parte dos que
enfrentam os desafios para que o Reino aconteça.
3. Filhos do Santo. “Veremos
Deus tal qual Ele é.” (1Jo 3, 2).
Muitos de nós desconhecemos
esta grande dignidade: somos filhos e filhas de Deus. O Batismo abre para nós
esta porta e a partir daí devemos manter esta dignidade, custe o que custar. A
semelhança plena se dará quando Cristo se manifestar na sua glória. Mas desde
agora devemos viver esta dignidade. Não esperar ser santo depois...
4. Bem-aventurados...
“Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.”
(Mt 5, 12).
Os valores são totalmente invertidos. Só os santos
entenderam a realidade das bem-aventuranças. Parece uma utopia dizer que bem-aventurados
são os pobres, os perseguidos, os que choram, os que são puros... A sociedade
hoje elege outros valores. Mas a verdadeira santidade está em buscar e em viver
as bem-aventuranças. Isto custou a vida de Jesus e custou a vida de muitos
santos e santas. Se quisermos ser santos e se quisermos um mundo novo devemos
praticar as bem-aventuranças.
5. Conclusão.
Devemos buscar a santidade, apesar dos desafios.
Parece que falar em santidade hoje destoa dos projetos humanos. Mas esta é a
nossa vocação. Conta-se que Madre Teresa de Calcutá foi interrogada por um
repórter se ela não se importava em ser chamada de santa. E ela prontamente
respondeu: “Não, não me importo, pois essa é a minha obrigação!”. Viver
diariamente o nosso Batismo, fonte de nossa vocação à santidade, vai nos
impulsionar a viver a santidade. As Bem-aventuranças não podem ser apenas
sonho, utopia. Devem ser realidade.