30/10/2013

TODOS OS SANTOS.



  1. Introdução:

Na festa de hoje olhamos para os nossos irmãos e irmãs que já alcançaram a contemplação definitiva de Deus. Estão, como dizemos, no céu. Mas olhamos também para cada um de nós que deve constantemente buscar esta santidade. Os santos e santas de ontem são um apelo para que nós, os santos e santas de hoje demos um testemunho constante de vida de santidade. Deus é santo. E o apelo dele é justamente este: Sede santos, pois Eu sou santo (cf. Lv 11,45). Buscar a santidade não é algo de extraordinário, fazer milagres, produzir coisas fantásticas... Os grandes santos fizeram as coisas ordinárias de um modo extraordinário.  Deus nos torna filhos e filhas: já temos a vida dele em nós. Basta conservar esta vida da graça para sermos santos. Mas os desafios são inumeráveis: devemos enfrentar as perseguições, os dragões, as tentações... Mas temos as armas: a Palavra de Deus, a Eucaristia, os Sacramentos, a vida em Comunidade....

 

2. João viu o número... “Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas.” (Ap 7, 9).

 A marca na fronte é o sinal da salvação e da pertença a Deus. O número 144.000 (12x12x1.000) é o número total e perfeito. A salvação está aberta a todos (todas as nações, tribos, raças e línguas) A veste branca lembra a pertença ao novo povo (batismo) e as palmas, o enfrentamento dos desafios.  Ser santo é pertencer aos assinalados, sem distinção de raça ou status e fazer parte dos que enfrentam os desafios para que o Reino aconteça.

 

  3. Filhos do Santo. “Veremos Deus tal qual Ele é.” (1Jo 3, 2).

Muitos de nós desconhecemos esta grande dignidade: somos filhos e filhas de Deus. O Batismo abre para nós esta porta e a partir daí devemos manter esta dignidade, custe o que custar. A semelhança plena se dará quando Cristo se manifestar na sua glória. Mas desde agora devemos viver esta dignidade. Não esperar ser santo depois...

 

  4. Bem-aventurados... “Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.” (Mt 5, 12).

Os valores são totalmente invertidos. Só os santos entenderam a realidade das bem-aventuranças. Parece uma utopia dizer que bem-aventurados são os pobres, os perseguidos, os que choram, os que são puros... A sociedade hoje elege outros valores. Mas a verdadeira santidade está em buscar e em viver as bem-aventuranças. Isto custou a vida de Jesus e custou a vida de muitos santos e santas. Se quisermos ser santos e se quisermos um mundo novo devemos praticar as bem-aventuranças.

 

  5. Conclusão.

Devemos buscar a santidade, apesar dos desafios. Parece que falar em santidade hoje destoa dos projetos humanos. Mas esta é a nossa vocação. Conta-se que Madre Teresa de Calcutá foi interrogada por um repórter se ela não se importava em ser chamada de santa. E ela prontamente respondeu: “Não, não me importo, pois essa é a minha obrigação!”.  Viver diariamente o nosso Batismo, fonte de nossa vocação à santidade, vai nos impulsionar a viver a santidade. As Bem-aventuranças não podem ser apenas sonho, utopia. Devem ser realidade.

 

 

FINADOS: COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS



Introdução: A morte permanece para a humanidade como um mistério profundo. Mistério também cercado de respeito pelos que não crêem.  Para o cristão não é um fim do caminho, mas o começo. Este dia, marcado pelas orações, coloca diante de nós símbolos muito expressivos: a vela acesa recorda a ressurreição; as flores, todo o sentido da vida... Podemos fazer alguma coisa pelos mortos? A oração pelos defuntos é uma tradição da Igreja. De fato, subsiste no homem, também quando morre em estado de graça, muita imperfeição, muita coisa a ser mudada, purificada do antigo egoísmo! Tudo isso acontece na morte. Morrer significa morrer também ao mal. É o batismo de morte com Cristo, no qual encontra acabamento o batismo de água.  Esta morte vista pelo outro lado - assim crê a Igreja – pode ser uma purificação, a definitiva e total volta à luz de Deus. Quanto tempo durará? Isto está fora do nosso tempo. Não podemos determinar tempo nem lugar. Mas, partindo do nosso ponto de vista humano, há um tempo, durante o qual consideramos alguém como "morto" e o ajudamos com nossa oração. De quantos meses ou anos se trata, ninguém pode dizê-lo. O importante é crer na vida. E vida de ressuscitados.

 

Primeira Leitura: Jó 19, 1.23-27a – Ele está vivo!

Jó, embora mergulhado na dor, proclama sua esperança em Deus. Deus está ao seu lado e tem certeza, que na vida e na morte será seu defensor e vingador. A tradição vê  neste texto um ato de fé de Jó na ressurreição. Saber que o nosso Redentor está vivo deve nos impulsionar a viver buscando sempre a vida e ter a certeza que viveremos com Ele.  

 

Segunda Leitura: Rm 5, 5-11- Povo de ressuscitados...

A grande demonstração do amor de Deus é de ter dado a sua vida por nós quando ainda éramos pecadores. Devido a isso temos a esperança de que seremos salvos, pois já fomos reconciliados. A morte-ressurreição de Jesus é esta garantia: devemos caminhar em meio aos desafios, cheios de fé e esperança. Ele ressuscitou, nós vamos ressuscitar com Ele.

 

Evangelho: Jo 6, 37-40 – Ver e crer para ter vida.

Jesus é o que veio de Deus para dar a vida definitiva aos homens. Ele vai nos ressuscitar no último dia. A ressurreição é o centro de nossa fé. Paulo insiste que se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa fé. Mas não bastam teorias (só ver), é preciso crer (atitudes dinâmicas).

 

Reflexão.

1. Apesar dos desafios, mantemos viva a nossa fé na ressurreição?

2. Somos uma Comunidade viva, alegre, festiva?

3. Em que ou em quem depositamos nossa fé?

 

Dinâmica:

Um jovem caracterizado de Cristo ressuscitado distribui um papel onde está escrito: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim terá a vida eterna.” (Jo 11, 25-26)

 

 

 

22/10/2013

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS. XXXº DOMINGO DO TEMPO COMUM



  1. Introdução.

Outra vez a Santa Palavra vem nos falar de oração. Nosso encontro semanal com o Ressuscitado nos faz saborear o caminho a ser percorrido para se aprender a rezar. Não podemos entrar em contato com Deus com o coração inflado de arrogância, imaginando que o mundo gira ao redor de nós. Devemos nos colocar como necessitados da misericórdia de Deus para receber Dele toda a atenção. Aos pobres, aos excluídos, aos marginalizados Deus dá atenção. Para quem se basta, não há espaço para Deus.

 

  1. Deus ouve os pequenos. “A prece do humilde atravessa as nuvens.” (Eclo 35, 21).

As categorias do pobre, do órfão e da viúva (e ainda o estrangeiro, não mencionado aqui), são os queridos de Deus. São grupos socialmente vulneráveis. Deus os escuta. Deus os protege. Suas preces são ouvidas. É assim que devemos nos apresentar diante de Deus: despojados. O nosso vazio será ocupado por Deus. O refrão do salmo de hoje nos ajuda a rezar: “O pobre clama a Deus e ele escuta: o Senhor liberta a vida dos seus servos.” (Sl 33).

 

  1. Abandonado. “Agora está reservada para mim a coroa da justiça.” (2Tm 4, 8).

Ao escrever ao Bispo Timóteo, Paulo mostra bem que Deus faz justiça aos despojados. Abandonado pelos homens, é recompensado por Deus. O prêmio não são elogios humanos, mas a coroa imperecível da justiça, dada por Deus. Em seu “testamento”, Paulo delineia bem como os abandonados são acolhidos por Deus. Quando tinha o coração cheio de ira não era acolhido. Quando “caiu do cavalo” tem o valor reconhecido.

 

  1. Fariseu e publicano.  “O publicano voltou para casa justificado, o outro não.” (Lc 18, 14).

A “ação de graças” do fariseu não atingiu o coração de Deus. Falava mais de si. Sua oração tinha duas direções: um olhar negativo dos pecados dos outros e um olhar positivo de suas virtudes. Deus não o ouviu. O publicano tinha uma direção: suas misérias, seus pecados. Deus o ouviu. A salvação não é mérito nosso, vem de Deus. Se nos colocarmos assim diante de Deus, Ele nos atenderá.

 

  1. Conclusão.

Os queridos de Deus são ouvidos. Diante dos valores do mundo, são desprezados. Mas é com estes que Deus faz aliança. Ele está do lado do pobre, do humilde, do desprezado. E é assim que devemos nos colocar diante de Deus: despojados! Só assim Deus vai preencher nosso vazio. Se nos colocarmos cheios, não haverá espaço para Deus.

 

6. Dinâmica

 Encenar o Evangelho

14/10/2013

Nª Sª DA CONCEIÇÃO APARECIDA


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Introdução:

Em 1773, nas águas do Rio Paraíba, apareceu, isto é, foi achada por alguns pescadores, uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, que se tornou objeto de crescente devoção do povo brasileiro. O apelido popular dado à imagem é "Nossa Senhora Aparecida". Em seu santuário, na cidade de Aparecida do Norte (Estado de São Paulo), vêem-se aos milhares os testemunhos de sua proteção celestial sobre os filhos da nação brasileira: inúmeros ex-votos ali estão a recordar os benefícios obtidos com a invocação da Mãe de Deus sob o título de "Nossa Senhora Aparecida". Com toda a razão foi ela proclamada Padroeira e Rainha do Brasil.

 

Primeira Leitura: Est 5, 1b-2; 7, 2b-3 – Vida para o meu povo.

Ester, sendo judia e sabendo da trama do primeiro ministro contra os judeus e queria seu extermínio, intercede m favor de seu povo e alcança as boas graças do rei. É figura de Maria, enquanto intercede pela salvação do povo.

 

Segunda Leitura: Ap 12, 1.5.13a.5-6a – Vencer o dragão de ontem e de hoje

A mulher adornada simboliza o povo de Deus: o antigo povo da aliança e o novo povo, a Igreja. Ambos são perseguidos pelo dragão do mal. O menino se dúvida é o Messias. Tradicionalmente se aplica esta figura da mulher à Maria, que, como diz o Vaticano II, é Mãe e modelo da Igreja. Ela vence o dragão, que não tem domínio sobre ela.

 

Evangelho: Jo 2, 1-11 – Mulher e Mãe

O texto das bodas de Caná apresenta a intercessão de Maria junto a Jesus. O título de “mulher” remete ao Calvário, onde estará de pé, no momento da redenção da humanidade. Como Mãe tem a preocupação dos que não têm mais vinho. Como mulher tem o olhar atento para as pequenas coisas... Está presente na hora da salvação e nesta hora torna-se também mãe da humanidade. Maria é Mãe e modelo para a Igreja.

 

Reflexão.

1. Enfrentamos os desafios para conquistar vida para o povo?

2. Maria nos ajuda a vencer os dragões de hoje?

3. Que tipo de devoção temos para com Nossa Senhora?

 

Dinâmica:

a)    Entrar com uma imagem de Nossa Senhora Aparecida.

b)    Encenar as Bodas de Caná.

c)    Lembrar que hoje é o dia das crianças...

 

 

XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM. - SABER DIZER “OBRIGADO”!


  1. Introdução.

A cada Domingo nos reunimos com o Ressuscitado para a Eucaristia. A palavra Eucaristia vem do grego e significa “reconhecimento”, “ação de graças”, “muito obrigado!”. Nossa fé, como vimos, no domingo passado (“Aumenta nossa fé!”) nos faz dizer junto com Jesus o nosso muito obrigado ao Pai, reconhecendo nEle toda fonte de restauração. Se entendermos bem o significado da missa dominical, páscoa semanal, vamos perceber que mais do que cumprir uma obrigação enfadonha passa a ser uma necessidade.  Eucaristia é a alegria que brota da contemplação do Deus que é grande no amor, que nasce da descoberta de sermos salvos gratuitamente.

 Reconhecimento. “Naamã voltou para junto do homem de Deus, e fez sua profissão de fé.” (2Rs 5, 25)

O drama (ver o cap. 5 todo) se inicia com a proposta de cura e termina com o reconhecimento do verdadeiro Deus. Para esta caminhada será preciso humildade, conversão. Deus não realiza sua obra no aparato fantástico, como num passe de mágica, mas na busca constante e submissa das propostas de Deus (lavar-se sete vezes!). A lição que aprendemos que a vida é dom de Deus. Não precisamos pagar. Mas devemos ter reconhecimento. O Sl 97 nos ajuda nesta ação de graças.

 Palavra livre. “Se com Cristo ficamos firmes, com ele reinaremos” (2Tm 2, 12).

Paulo insiste com o bispo Timóteo para que testemunhe a ressurreição. Mesmo prisioneiro deve anunciar: “a palavra de Deus não está algemada.” (2Tm 2, 9). O hino final (2Tm 2, 11-13) é para Timóteo e para nós um apelo para que haja coerência entre fé e vida.  

 Muito obrigado! “Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” (Lc 17, 18).

Nem tanto focar a gratidão, mas sim a fé do samaritano. O itinerário para se descobrir Jesus é sair da situação de exclusão (lepra), passando pela cura, até o reconhecer que em Jesus o amor de Deus leva os homens a viver na alegria da gratidão. A vida que Deus dá em Jesus Cristo é gratuita, é graça. Só na fé saberemos voltar para agradecer.

 Conclusão.

Como Naamã e o leproso samaritano curado, devemos ser reconhecidos ao Deus que nos salva, nos perdoa e nos cura. Não podemos procurar aparatos suntuosos, exploradores de um Deus que cura tomando em troca nossas dádivas, mas o Deus de uma cura gratuita, própria do comportamento de Deus: sem barulho, na simplicidade de quem acolhe, sobretudo os excluídos e menosprezados. A Eucaristia vai se revestir de um sentido diferente, como ação de graças e não como o pesado encargo de cumprir um mandamento. A partir daí vamos entender que Eucaristia não é obrigação, mas uma necessidade. O “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou” (Lc 17, 19) é dito também a nós, se reconhecidos soubermos fazer da Eucaristia a verdadeira ação de graças. E é também, neste mês missionário um envio: discípulos/missionários.

 
6. Dinâmica

Fazer a benção e aspersão da água no inicio da missa, com motivações de purificação

 

Mons. Antonio Romulo Zagotto


 

 

 

01/10/2013

XXVIIº DOMINGO DO TEMPO COMUM

Introdução

Há uma proposta para este domingo de se refletir sobre a fé. Não "simplesmente" uma adesão aos dogmas e verdades abstratas, mas à pessoa de Jesus e ao seu projeto. Viver em profunda comunhão com Ele e sobretudo praticar suas propostas de formas bem concretas. Não teoria só. "... quem ouve e põe em prática as minhas palavras..." (Lc 8, 21)

 Primeira Leitura - Hab 1, 2-3;2.2-4

O profeta e o povo clamam a Deus que parece não escutar. Até quando o injusto conta o justo, o opressor contra o oprimido? Até quando Deus vai esperar para agir? A resposta definitiva de Deus sobre o problema da opressão e da injustiça: Deus agirá no tempo certo. O que importa é que o justo tome consciência e se mantenha fiel, pois é através da fidelidade do justo que Deus agirá, realizando a justiça: libertará os oprimidos e injustiçados e punirá os opressores. Se há um prazo que às vezes parece longo, é porque Deus quer agir com o homem, respeitando-lhe a liberdade.

 Segunda Leitura - 2Tm 1,6-8.13-14

Paulo exorta a Comunidade a lutar corajosamente pelo Evangelho. Sem timidez. Com coragem (fortaleza)! Enfrentando até o sofrimento! Qual a nossa missão? Esta consiste fundamentalmente em testemunhar o Evangelho, e isso pode levar a testemunha ao mesmo destino de Jesus: o sofrimento e a morte. «Envergonhar-se» é renegar o testemunho por causa da perseguição social que ele provoca. A vocação cristã é dom gratuito de participação no projeto de Deus: projeto de salvação feito desde a eternidade, manifesto em Jesus Cristo e entregue a todos pelo anúncio do Evangelho. O Espírito garante o discernimento que faz compreender o núcleo fundamental da fé, isto é, o testemunho de Jesus Cristo, e como concretizá-lo em novas situações históricas.

 Evangelho - Lc 17, 5-10

O Evangelho convida os discípulos a aderir, com coragem e radicalidade, a esse projeto de vida que, em Jesus, Deus veio oferecer ao homem… A essa adesão chama-se “fé”; e dela depende a instauração do “Reino” no mundo. Os discípulos, comprometidos com a construção do “Reino” devem, no entanto, ter consciência de que não agem por si próprios; eles são, apenas, instrumentos através dos quais Deus realiza a salvação. Resta-lhes cumprir o seu papel com humildade e gratuidade, como “servos que apenas fizeram o que deviam fazer”.

Reflexão

1. Confiamos em Deus e esperamos com paciência?

2. Estamos testemunhando? (Mês das Missões)

3. Queremos ser servos?

 Dinâmica

Lembrar o Ano da Fé. Cantar a Profissão de Fé.