- Introdução.
A cada Domingo nos reunimos com o
Ressuscitado para a Eucaristia. A palavra Eucaristia vem do grego e significa “reconhecimento”, “ação de graças”, “muito
obrigado!”. Nossa fé, como vimos, no domingo passado (“Aumenta nossa fé!”) nos
faz dizer junto com Jesus o nosso muito obrigado ao Pai, reconhecendo nEle toda
fonte de restauração. Se entendermos bem o significado da missa dominical,
páscoa semanal, vamos perceber que mais do que cumprir uma obrigação enfadonha
passa a ser uma necessidade. Eucaristia é a alegria que brota da
contemplação do Deus que é grande no amor, que nasce da descoberta de sermos
salvos gratuitamente.
O drama
(ver o cap. 5 todo) se inicia com a proposta de cura e termina com o
reconhecimento do verdadeiro Deus. Para esta caminhada será preciso humildade,
conversão. Deus não realiza sua obra no aparato fantástico, como num passe de
mágica, mas na busca constante e submissa das propostas de Deus (lavar-se
sete vezes!). A lição que aprendemos que a vida é dom de Deus. Não
precisamos pagar. Mas devemos ter reconhecimento. O Sl 97 nos ajuda nesta ação
de graças.
Paulo
insiste com o bispo Timóteo para que testemunhe a ressurreição. Mesmo
prisioneiro deve anunciar: “a palavra de Deus não está algemada.” (2Tm
2, 9). O hino final (2Tm 2, 11-13) é para Timóteo e para nós um apelo para que
haja coerência entre fé e vida.
Nem tanto focar a gratidão, mas
sim a fé do samaritano. O itinerário para se descobrir Jesus é sair da situação
de exclusão (lepra), passando pela cura, até o reconhecer que em Jesus o
amor de Deus leva os homens a viver na alegria da gratidão. A vida que Deus dá
em Jesus Cristo é gratuita, é graça. Só na fé saberemos voltar para
agradecer.
Como Naamã e o leproso samaritano
curado, devemos ser reconhecidos ao Deus que nos salva, nos perdoa e nos cura.
Não podemos procurar aparatos suntuosos, exploradores de um Deus que cura
tomando em troca nossas dádivas, mas o Deus de uma cura gratuita, própria do
comportamento de Deus: sem barulho, na simplicidade de quem acolhe, sobretudo
os excluídos e menosprezados. A Eucaristia vai se revestir de um sentido
diferente, como ação de graças e não como o pesado encargo de cumprir um
mandamento. A partir daí vamos entender que Eucaristia não é obrigação, mas uma
necessidade. O “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou” (Lc 17, 19) é dito
também a nós, se reconhecidos soubermos fazer da Eucaristia a verdadeira ação
de graças. E é também, neste mês missionário um envio: discípulos/missionários.
Fazer a benção e aspersão da água
no inicio da missa, com motivações de purificação
Mons. Antonio Romulo Zagotto
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