Introdução.
Quando nos perguntam sobre Jesus nem sempre temos respostas seguras. Contentamos-nos com a superficialidade de nossos conhecimentos iniciais de religião. Afinal quem é Jesus? O povão vai responder fazendo comparações – João Batista, Elias, um antigo profeta... Mas o discípulo, quem está perto, quem convive qual a resposta deve dar? “O Cristo de Deus.” Parece ser simplista. Mas não é. Tem o peso de toda a promessa cumprida por Deus para nos dar o Messias prometido. A palavra Cristo significa Ungido, do hebraico Messias. De Deus. Não auto-proclamado, mas revestido da autoridade divina. O que dá a Ele toda condição de ser o Redentor da humanidade. Tudo aponta para a cruz!
Promessas.
O texto da 1ª leitura (Zc 12, 10-11;13,1) faz uma promessa da regeneração espiritual do povo de Israel. Faz-nos perceber que vão chorar Jesus que levaram à morte. Mas essa morte é purificadora. Jesus, o prometido, vai sem medo em direção à cruz, pois sabe que é dali que vai brotar a salvação para a humanidade. O Espírito derramado (lembra Pentecostes!) de graça e de consolação, de piedade e súplica, para a ablução e purificação. Tudo isso brota da cruz.
Identidade.
a) Uma primeira pergunta: “Quem diz o povo que sou eu?” (Lc 9, 18).
João Batista, Elias, algum profeta antigo... A fantasia do povo até hoje não tem segurança de quem é Deus. Colam nele os mais diversos fenômenos naturais, paranormais e sobrenaturais. Se chover: é Deus quem manda. Um desastre: é Deus quem quer. Uma doença grave: é da vontade de Deus...
b) Uma pergunta para aos apóstolos: “E vós, quem dizeis que eu sou?” (Lc 9, 20)
Uma resposta que compromete: “O Cristo de Deus”. Mas não basta declarar e aceitar que Jesus é o Messias; é preciso rever a idéia a respeito do Messias, o qual, para construir a nova história, enfrenta os que não querem transformações.
c) Um balde de água fria: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no terceiro dia.” (Lc 9, 22)
Não adiante ficar entusiasmado e pensando ser esse o momento da conquista do poder material. Por isso, Jesus apresenta outra proposta: Ele vai sofrer, ser rejeitado e morto. Sua ressurreição será a sua vitória. E quem quiser acompanhar Jesus na sua ação messiânica e participar da sua vitória, terá que percorrer caminho semelhante: renunciar a si mesmo e às glórias do poder e da riqueza.
Três passos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga.” (Lc 9, 23).
a) Renuncia:
Deixar de lado os projetos humanos e assumir os projetos de Jesus. Jesus não que o poder material. Quer que o Reinado aconteça. Para isso é preciso conversão. “Eu vivo, mas já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim” (Ga 2,20).
b) Tomar a cruz de cada dia
A cruz aqui não é o sofrimento, as dores, as doenças. É assumir o projeto de Jesus para a salvação da humanidade. Como Cirineu, devemos assumir o levar o projeto de Jesus, junto com Ele para sermos também redentores da humanidade.
c) Seguimento
Na prática assumir o que Aparecida quer de nós. Discípulos = seguidores do Mestre. Missionários = propagadores da Boa Noticia do Mestre.
Conclusão.
A celebração eucarística é o momento privilegiado em que começamos a encarar a vida com lucidez e realismo. A celebração da morte do Senhor nos faz constatar que era necessário que ele morresse, mas que a morte conduz à vida. A assembléia eucarística faz sua essa aceitação da morte, para triunfar dela. Nosso compromisso não é seguir Jesus no triunfalismo, mas na proposta da implantação do Reino.
Fonte:Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br
21/06/2010
14/06/2010
O SENHOR É MISERICÓRDIA E COMPAIXÃO
XIº DOMINGO DO TC
Introdução
No Domingo passado estávamos diante do poder ressuscitador de Deus por meio de Elias e por meio de Jesus. Hoje nos deparamos com o poder perdoador de Deus. Nesse domingo ainda fazemos eco à festa do Sagrado Coração de Jesus, celebrada nesta última sexta-feira. A misericórdia de Deus se manifesta na história da humanidade e na história de cada um de nós. O grande sinal do perdão de Deus é Jesus. Como nos diz Paulo: “Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando ainda éramos pecadores” (Rm 5,8). Ou como no texto de hoje: Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim. Esta minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e por mim se entregou. (Gl 2, 20). Deus se compadece da humanidade e reata os laços rompidos pelo pecado, enviando seu próprio Filho para unir de novo a humanidade com Deus. E este reatamento se dá na cruz. Este é o preço pelo qual fomos resgatados! Uma visão de um Deus que condena é uma visão distorcida de Deus. Deus é misericórdia e compaixão. Fazer esta experiência de Deus misericórdia e compaixão é acolher o Deus revelado por Jesus.
Misericórdia Senhor, misericórdia...
Davi é acusado de pecado. Sabemos por quê: articulou um perverso golpe para ficar com a mulher de Urias, seu general. A historinha que Natã conta a Davi e que não está no texto anunciado é muito interessante. Começa assim: “O Senhor mandou o profeta Natã falar com Davi. Natã se apresentou e disse a Davi: ‘Havia dois homens numa cidade: um era rico e o outro era pobre. O rico tinha muitos rebanhos de ovelhas e bois. O pobre tinha só uma ovelha, uma ovelhinha que ele havia comprado. O pobre a criava e ela foi crescendo com ele, com seus filhos, comendo do seu pão, bebendo de sua vasilha e dormindo no seu colo. Era como filha para ele. Ora, chegou uma visita à casa do homem rico, e este não quis pegar nenhuma de suas ovelhas ou vacas para servir ao viajante que o visitava. Então ele pegou a ovelha do homem pobre e a preparou para a sua visita’. Davi ficou furioso contra esse homem, e disse a Natã: ‘Pela vida do Senhor quem fez isso merece a morte. Por não respeitar o que pertencia a outro, deverá pagar quatro vezes o valor da ovelha’”. (2Sam 12, 1-5). A partir daqui dá para entender o inicio da primeira leitura e seus desdobramentos.
“Quem é este que até perdoa pecados?”
A mulher pecadora pública é acusada de pecado. O núcleo central do Evangelho de hoje são os versículos 48-50 – “E Jesus disse à mulher: ‘Seus pecados estão perdoados. ’ Então os convidados começaram a pensar: ‘Quem é esse que até perdoa pecados? ’ Mas Jesus disse à mulher: ‘Sua fé salvou você. Vá em paz!’”.(Lc 7, 48-50). Diante de Jesus estão o fariseu e a mulher. Ele conhece a vida do fariseu e da mulher. Só que o fariseu tem o coração fechado. A mulher não! A mulher tem um encontro de amor e perdão, e, na fé, encontra salvação.
Conclusão
O Senhor é misericórdia e compaixão. Apesar de nossos pecados Ele vem ao nosso encontro com o perdão. Fez assim para com o seu povo. Fez assim para com a humanidade. Faz assim com cada um de nós. Basta o arrependimento. Deus está sempre pronto a perdoar. As histórias do capitulo 15 de Lucas (A ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido) nos ajudam a perceber como Deus age diante do pecado. O perdão é sempre uma festa! Basta que tenhamos o arrependimento de Davi e a coragem da mulher em ir à busca do perdão.
Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br
Introdução
No Domingo passado estávamos diante do poder ressuscitador de Deus por meio de Elias e por meio de Jesus. Hoje nos deparamos com o poder perdoador de Deus. Nesse domingo ainda fazemos eco à festa do Sagrado Coração de Jesus, celebrada nesta última sexta-feira. A misericórdia de Deus se manifesta na história da humanidade e na história de cada um de nós. O grande sinal do perdão de Deus é Jesus. Como nos diz Paulo: “Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando ainda éramos pecadores” (Rm 5,8). Ou como no texto de hoje: Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim. Esta minha vida presente, na carne, eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e por mim se entregou. (Gl 2, 20). Deus se compadece da humanidade e reata os laços rompidos pelo pecado, enviando seu próprio Filho para unir de novo a humanidade com Deus. E este reatamento se dá na cruz. Este é o preço pelo qual fomos resgatados! Uma visão de um Deus que condena é uma visão distorcida de Deus. Deus é misericórdia e compaixão. Fazer esta experiência de Deus misericórdia e compaixão é acolher o Deus revelado por Jesus.
Misericórdia Senhor, misericórdia...
Davi é acusado de pecado. Sabemos por quê: articulou um perverso golpe para ficar com a mulher de Urias, seu general. A historinha que Natã conta a Davi e que não está no texto anunciado é muito interessante. Começa assim: “O Senhor mandou o profeta Natã falar com Davi. Natã se apresentou e disse a Davi: ‘Havia dois homens numa cidade: um era rico e o outro era pobre. O rico tinha muitos rebanhos de ovelhas e bois. O pobre tinha só uma ovelha, uma ovelhinha que ele havia comprado. O pobre a criava e ela foi crescendo com ele, com seus filhos, comendo do seu pão, bebendo de sua vasilha e dormindo no seu colo. Era como filha para ele. Ora, chegou uma visita à casa do homem rico, e este não quis pegar nenhuma de suas ovelhas ou vacas para servir ao viajante que o visitava. Então ele pegou a ovelha do homem pobre e a preparou para a sua visita’. Davi ficou furioso contra esse homem, e disse a Natã: ‘Pela vida do Senhor quem fez isso merece a morte. Por não respeitar o que pertencia a outro, deverá pagar quatro vezes o valor da ovelha’”. (2Sam 12, 1-5). A partir daqui dá para entender o inicio da primeira leitura e seus desdobramentos.
“Quem é este que até perdoa pecados?”
A mulher pecadora pública é acusada de pecado. O núcleo central do Evangelho de hoje são os versículos 48-50 – “E Jesus disse à mulher: ‘Seus pecados estão perdoados. ’ Então os convidados começaram a pensar: ‘Quem é esse que até perdoa pecados? ’ Mas Jesus disse à mulher: ‘Sua fé salvou você. Vá em paz!’”.(Lc 7, 48-50). Diante de Jesus estão o fariseu e a mulher. Ele conhece a vida do fariseu e da mulher. Só que o fariseu tem o coração fechado. A mulher não! A mulher tem um encontro de amor e perdão, e, na fé, encontra salvação.
Conclusão
O Senhor é misericórdia e compaixão. Apesar de nossos pecados Ele vem ao nosso encontro com o perdão. Fez assim para com o seu povo. Fez assim para com a humanidade. Faz assim com cada um de nós. Basta o arrependimento. Deus está sempre pronto a perdoar. As histórias do capitulo 15 de Lucas (A ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido) nos ajudam a perceber como Deus age diante do pecado. O perdão é sempre uma festa! Basta que tenhamos o arrependimento de Davi e a coragem da mulher em ir à busca do perdão.
Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br
07/06/2010
DEUS É O DEUS DA VIDA!
Introdução:
Neste Domingo, ao retomarmos a caminhada litúrgica dos Domingos do Tempo Comum, nos deparamos com o mistério da morte. Algo sem explicação humana, mas com uma conotação transcendente na dimensão da fé. Em nossas cidades existem muitos caminhos que levam morte. Caminhos para todas aquelas formas e estilos de vida que privilegiam a chamada “cultura da morte”. Cultura que assassina principalmente nossos jovens, que mata nossas crianças e que coloca nossa vida em constante risco. São jovens que colocam suas vidas no limite; arriscam-se em carros e motos em nossas rodovias e estradas. São crises emocionais que terminam em tragédias. São também caminhos de morte a crescente desestruturação em tantas famílias, que transformam suas casas em brigas, discussões, desilusões, depressão e muita violência que, não poucas vezes, também termina em morte. É preciso reverter esses caminhos.
Sinais de Esperança
Elias é um homem de Deus. Capaz de restituir a vida onde ela já não mais existia. Jesus é o grande profeta que vem restituir a vida, diante do cortejo da morte. Deus não quer a morte. A vontade de Deus é que todos tenham vida e vida plena (cf Jo 10,10). Homens de Deus, profetas que anunciam uma condição nova para a humanidade. Infelizmente a humanidade construiu para si um fosso que leva à morte. Deus quer reverter esse caminho. E somos nós hoje a anunciar essa possibilidade a todos.
Eucaristia, fonte de vida.
Quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia, nos reunimos para celebrar a vida. “Eu sou o pão da vida” (Jo 6, 35) diz Jesus que nos alimenta. O alimento que aqui recebemos é fonte de vida. Pela sua morte-ressurreição, memória que fazemos na Eucaristia celebrada, Jesus quer de nós continuadores de sua missão. Como Elias devemos estar levando esperança e vida verdadeiras, pois o verdadeiro profeta não é portador da morte para o povo. O sinal de que o profeta anuncia a palavra de Deus é o fato de ele ser portador de vida. Jesus ao ressuscitar o filho da viúva vem anunciar um novo tempo: onde não haverá mais morte, mais dor, mais desolação.
Concluindo.
Diante de nós estão dois caminhos: um que leva à morte e outro que leva à vida. Mais ainda: podemos estar conduzindo as pessoas à morte ou conduzindo para a vida. Fazer opção pela “cultura da morte” é optar pela violência, pelas drogas, pelos carros e motos em alta velocidade... Jesus se apresenta como caminho verdade e vida!(cf Jo 14,6). Ele é vida! E quer que sejamos instrumentos de vida. Nossa Eucaristia deve se traduzir em gestos concretos que produzam vida. Salvar vidas – esta é a tarefa de cada um de nós. Vidas humanas e a natureza. Eucaristia na prática.
Fonte:
Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br
Neste Domingo, ao retomarmos a caminhada litúrgica dos Domingos do Tempo Comum, nos deparamos com o mistério da morte. Algo sem explicação humana, mas com uma conotação transcendente na dimensão da fé. Em nossas cidades existem muitos caminhos que levam morte. Caminhos para todas aquelas formas e estilos de vida que privilegiam a chamada “cultura da morte”. Cultura que assassina principalmente nossos jovens, que mata nossas crianças e que coloca nossa vida em constante risco. São jovens que colocam suas vidas no limite; arriscam-se em carros e motos em nossas rodovias e estradas. São crises emocionais que terminam em tragédias. São também caminhos de morte a crescente desestruturação em tantas famílias, que transformam suas casas em brigas, discussões, desilusões, depressão e muita violência que, não poucas vezes, também termina em morte. É preciso reverter esses caminhos.
Sinais de Esperança
Elias é um homem de Deus. Capaz de restituir a vida onde ela já não mais existia. Jesus é o grande profeta que vem restituir a vida, diante do cortejo da morte. Deus não quer a morte. A vontade de Deus é que todos tenham vida e vida plena (cf Jo 10,10). Homens de Deus, profetas que anunciam uma condição nova para a humanidade. Infelizmente a humanidade construiu para si um fosso que leva à morte. Deus quer reverter esse caminho. E somos nós hoje a anunciar essa possibilidade a todos.
Eucaristia, fonte de vida.
Quando nos reunimos para celebrar a Eucaristia, nos reunimos para celebrar a vida. “Eu sou o pão da vida” (Jo 6, 35) diz Jesus que nos alimenta. O alimento que aqui recebemos é fonte de vida. Pela sua morte-ressurreição, memória que fazemos na Eucaristia celebrada, Jesus quer de nós continuadores de sua missão. Como Elias devemos estar levando esperança e vida verdadeiras, pois o verdadeiro profeta não é portador da morte para o povo. O sinal de que o profeta anuncia a palavra de Deus é o fato de ele ser portador de vida. Jesus ao ressuscitar o filho da viúva vem anunciar um novo tempo: onde não haverá mais morte, mais dor, mais desolação.
Concluindo.
Diante de nós estão dois caminhos: um que leva à morte e outro que leva à vida. Mais ainda: podemos estar conduzindo as pessoas à morte ou conduzindo para a vida. Fazer opção pela “cultura da morte” é optar pela violência, pelas drogas, pelos carros e motos em alta velocidade... Jesus se apresenta como caminho verdade e vida!(cf Jo 14,6). Ele é vida! E quer que sejamos instrumentos de vida. Nossa Eucaristia deve se traduzir em gestos concretos que produzam vida. Salvar vidas – esta é a tarefa de cada um de nós. Vidas humanas e a natureza. Eucaristia na prática.
Fonte:
Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br
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