04/08/2010

BENS DO REINO -XVIIIº DOMINGO DO TEMPO COMUM

Introdução.
Neste primeiro domingo do mês de agosto, iniciando nosso mês vocacional, nos encontramos com o Ressuscitado que nos aponta os valores do Reino. Aos cidadãos do Reino não cabe o acúmulo de bens materiais. Nossa vocação nos destina a valores que não perecem: coisas do alto, como nos diz São Paulo. O povo na sua sabedoria bem diz: “Caixão não tem gaveta!”. Bens materiais acumulados não serão levados. Vão ficar, para muitas vezes, gerar divisão familiar, brigas, rompimentos... O conselho de Jesus é muito claro: “Acumulai para vós tesouros no céu, onde a ferrugem e a traça não corroem e onde os ladrões não assaltam nem roubam.” (Mt 6, 20).

Valores. “Que resta ao homem de todos os seus trabalhos?” (Ecl 2, 22).
A poesia do Livro do Eclesiastes tem uma frase tão guardada e repetida pelo nosso povo: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade!” (Ecl 1, 2). Mais uma vez prevalece a palavra de Jesus: “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua vida?” (Mt 16, 26). O verdadeiro sábio é aquele que descobre que a vida é passageira.

Coisas do alto. “Esforçai-vos para alcançar as coisas do alto, onde está Cristo.” (Cl 3, 1).
São Paulo apresenta uma listinha das coisas que ainda nos prendem a terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos, cobiça, mentira... E podíamos acrescentar ainda mais uma dezenas de pecados que nos prendem a este mundo. Mas Paulo insiste: revestistes-vos do homem novo. Por isso buscar as coisas que têm verdadeiro valor: as coisas do alto. Os “bens” deste mundo devem ser estirpados, cortados pela raiz. Um longo processo de conversão.

Acúmulo inútil. “E para quem ficará o que acumulaste?” (Lc 12, 20).
O verdadeiro valor para o discípulo é – “Buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça; e Jesus continua – o resto vos será dado por acréscimo.” (Lc 12, 31). Resto – a sobra, o que não tem valor. Acumular bens é não ter confiança. Não somos daqui. Estamos aqui apenas de passagem. Fica aqui o exemplo daquelas pessoas que no momento do sepultamento ouvem as palavras consoladoras de Jesus: “Vinde bendito de meu Pai.” (Mt 25, 34). Fizeram tanto bem e não levam bem material nenhum! Só bens espirituais! Apresentam-se diante de Deus de mão cheias!

Conclusão.
O salmo de hoje nos ajuda na nossa conclusão:

(Sl 89, 3-6)

“Vós fazeis voltar ao pó todo ser mortal, quando dizeis: ‘voltai ao pó, filhos de Adão!’ Pois mil anos são para vós como ontem, qual vigília de uma noite que passou.

Eles passam como o sono da manhã, são iguais à erva verde pelos campos: De manhã ela floresce vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca.”

Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org. br

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