1. Introdução:
Estamos começando um ano novo litúrgico. O Advento nos prepara para o Natal do Senhor. Num primeiro momento lembra a vinda de Jesus como o Juiz (Ele há de julgar..., é hora de despertar..., a vinda do Filho do Homem...) e depois nos prepara para o nascimento do Senhor, na nossa história, na história da humanidade (nos dois últimos domingos). A celebração que nos reúne já nos ajuda a vivenciar esta presença viva do Senhor entre nós.
2. Um novo tempo, um novo povo. O Senhor reúne todas as nações para a paz eterna do Reino.
Isaías lembra ao povo que no futuro todos se dirigirão para Jerusalém, para que participem da Aliança. As armas se transformarão em instrumentos de paz, que vão produzir vida. O sentido político, da importância de Jerusalém, se transforma numa profecia, dando um sentido novo, para um novo tempo, para um novo povo.
3. A salvação é agora! “A salvação está mais perto de nós.” (Rm 13,11).
O cristão deve aproveitar este momento de Deus: - na vigilância; - na mortificação; - construindo a paz. O cristão não pode desperdiçar este tempo. Nunca se acomodar. Sem o fanatismo, com o medo de que o fim do mundo está próximo, mas também sem se misturar com as coisas do mundo: bebedeiras, orgias, imoralidades,... “Liberto do egoísmo que corrompe a pessoa e a sociedade, o cristão já vive a madrugada de um tempo novo. A vinda de Jesus Cristo dissipa a longa noite da injustiça e do pecado. O cristão deve acordar, preparado para viver e testemunhar o dia da libertação inaugurado por Jesus.” [1]
4. Olhos e ouvidos bem abertos. “Ficai atentos e preparados.” (Mt 24, 42 e 44).
Jesus insiste na vigilância. O Evangelho esta cheio de alertas para que todos estejam atentos. Não sabemos o dia nem a hora! Existe uma íntima relação com o texto acima de Rm 13.
5. Conclusão.
Devemos estar preparados... Para que? Para um Natal cheio de poesia, emoção e sentimentalismo, ou para fazer a vida acontecer de verdade? O que fazer neste tempo do Advento? A Novena do Natal, a participação nas celebrações, preparando um Natal especial em Comunidade, especialmente para os mais pobres, serão gestos e atitudes que nos ajudarão a celebrar o Natal de acordo com o sentido que ele tem... Será que estamos vivendo de verdade um novo tempo, um novo povo, uma nova Comunidade? “Dias melhores virão...” Como fazer isto acontecer?
Fonte; Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br
16/11/2010
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO.
1. Introdução.
Encerrando a nossa caminhada do Ano Litúrgico, celebramos a festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Sabemos muito bem como Jesus conquistou esta realeza. Caminhando firme para a prisão, para a tortura, para a morte. O seu trono é a cruz e a sua coroa a de espinhos... Em nada se assemelha aos reis e poderosos deste mundo. A direção do poder de Jesus é bem outra: a do serviço, a da humildade, a da opção pelos pobres e esquecidos da sociedade. Sua realeza liberta e torna o homem mais livre do pecado e da escravidão, mais capaz de viver a verdadeira liberdade dos filhos e filhas de Deus. Devemos ser súditos apaixonados pelo projeto do Reino, promovendo o homem integralmente. Os que nos virem deverão também se apaixonar por este projeto. O prefácio deste Domingo define o Reino de Jesus, como um reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça do amor e da paz. Infelizmente a sociedade de hoje está longe destas realidades. Será que quando Ele voltar o mundo estará mudado?
2. Promessa. “Eles o ungiram Davi como rei de Israel.” (2Sm 5, 3).
Termina o sistema das Tribos e começa o sistema Monárquico. Este é um dos acontecimentos fundamentais da história de Israel. A unção de Davi, escolhido por Deus e reconhecido por todos, é uma imagem do que vai acontecer com Jesus. Davi vai decepcionar. Jesus vai assumir até o fim, até à cruz.
3. Reinado do Filho. “Recebeu-nos no reino de seu Filho amado.” (Cl 1, 13).
Para animar os colossenses a permanecer firmes na fé, Paulo cita um hino cristão, provavelmente usado na cerimônia batismal, que canta a grandeza de Cristo. Paulo se serve desse hino para criticar qualquer doutrina que apresente como necessárias outras mediações salvíficas, além da de Cristo. Cristo é o único mediador entre Deus e a criação, e só ele, mediante a cruz, é capaz de reconciliar Deus com as criaturas submetidas ao pecado.
4. Cruz como trono. “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. (Lc 23, 42).
Jesus é crucificado como criminoso, entre criminosos. Por entre a curiosidade do povo e a caçoada dos chefes e soldados ecoa a palavra de perdão: os responsáveis pela morte de Jesus devem ser perdoados, porque não conhecem a gravidade e as conseqüências do próprio gesto. O letreiro da cruz, indicando a causa da condenação, proclama para todos a chegada da realeza que dá a vida. No momento em que tudo parece perdido, Jesus se mostra portador da salvação. Ele anunciou a salvação aos pecadores, durante a sua vida; agora, na cruz, a oferece ao criminoso. Jesus não está sozinho na cruz. Acompanham-no todos aqueles que são condenados por uma sociedade que não aceita o projeto de Deus e que clamam: “Lembra-te de nós!”.
5. Conclusão.
Junto com a festa de Cristo Rei, celebra-se também o Dia do Leigo e da Leiga. Vocação especial, muitas vezes esquecida (tendemos a acreditar que vocacionados são somente os sacerdotes e freiras), ser leigo ou leiga no mundo de hoje é um permanente desafio. Desafio de vida e testemunho: como ser do mundo, sem ser do mundo, como nos conclama São Paulo? Leigos e leigas ocupam importantes ministérios na vida da Igreja e assumem sua vocação particular de constituir família – e aceitar com generosidade a vocação matrimonial que Deus lhes dá. Assumem a vocação de atuar profissionalmente com ética, dedicação e diferencial positivo no sentido de ser uma pessoa diferente no meio de tantas. Assumem vocação missionária, dedicando-se muitas vezes solitariamente ao outro mais necessitado. Enfim, leigos e leigas assumem o grande desafio de serem pedras vivas da Igreja, trabalhadores do reino que Cristo Rei vem implementar.
Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br
Encerrando a nossa caminhada do Ano Litúrgico, celebramos a festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Sabemos muito bem como Jesus conquistou esta realeza. Caminhando firme para a prisão, para a tortura, para a morte. O seu trono é a cruz e a sua coroa a de espinhos... Em nada se assemelha aos reis e poderosos deste mundo. A direção do poder de Jesus é bem outra: a do serviço, a da humildade, a da opção pelos pobres e esquecidos da sociedade. Sua realeza liberta e torna o homem mais livre do pecado e da escravidão, mais capaz de viver a verdadeira liberdade dos filhos e filhas de Deus. Devemos ser súditos apaixonados pelo projeto do Reino, promovendo o homem integralmente. Os que nos virem deverão também se apaixonar por este projeto. O prefácio deste Domingo define o Reino de Jesus, como um reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça do amor e da paz. Infelizmente a sociedade de hoje está longe destas realidades. Será que quando Ele voltar o mundo estará mudado?
2. Promessa. “Eles o ungiram Davi como rei de Israel.” (2Sm 5, 3).
Termina o sistema das Tribos e começa o sistema Monárquico. Este é um dos acontecimentos fundamentais da história de Israel. A unção de Davi, escolhido por Deus e reconhecido por todos, é uma imagem do que vai acontecer com Jesus. Davi vai decepcionar. Jesus vai assumir até o fim, até à cruz.
3. Reinado do Filho. “Recebeu-nos no reino de seu Filho amado.” (Cl 1, 13).
Para animar os colossenses a permanecer firmes na fé, Paulo cita um hino cristão, provavelmente usado na cerimônia batismal, que canta a grandeza de Cristo. Paulo se serve desse hino para criticar qualquer doutrina que apresente como necessárias outras mediações salvíficas, além da de Cristo. Cristo é o único mediador entre Deus e a criação, e só ele, mediante a cruz, é capaz de reconciliar Deus com as criaturas submetidas ao pecado.
4. Cruz como trono. “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. (Lc 23, 42).
Jesus é crucificado como criminoso, entre criminosos. Por entre a curiosidade do povo e a caçoada dos chefes e soldados ecoa a palavra de perdão: os responsáveis pela morte de Jesus devem ser perdoados, porque não conhecem a gravidade e as conseqüências do próprio gesto. O letreiro da cruz, indicando a causa da condenação, proclama para todos a chegada da realeza que dá a vida. No momento em que tudo parece perdido, Jesus se mostra portador da salvação. Ele anunciou a salvação aos pecadores, durante a sua vida; agora, na cruz, a oferece ao criminoso. Jesus não está sozinho na cruz. Acompanham-no todos aqueles que são condenados por uma sociedade que não aceita o projeto de Deus e que clamam: “Lembra-te de nós!”.
5. Conclusão.
Junto com a festa de Cristo Rei, celebra-se também o Dia do Leigo e da Leiga. Vocação especial, muitas vezes esquecida (tendemos a acreditar que vocacionados são somente os sacerdotes e freiras), ser leigo ou leiga no mundo de hoje é um permanente desafio. Desafio de vida e testemunho: como ser do mundo, sem ser do mundo, como nos conclama São Paulo? Leigos e leigas ocupam importantes ministérios na vida da Igreja e assumem sua vocação particular de constituir família – e aceitar com generosidade a vocação matrimonial que Deus lhes dá. Assumem a vocação de atuar profissionalmente com ética, dedicação e diferencial positivo no sentido de ser uma pessoa diferente no meio de tantas. Assumem vocação missionária, dedicando-se muitas vezes solitariamente ao outro mais necessitado. Enfim, leigos e leigas assumem o grande desafio de serem pedras vivas da Igreja, trabalhadores do reino que Cristo Rei vem implementar.
Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br
03/11/2010
TODOS OS SANTOS.
1. Introdução:
Na festa de hoje olhamos para os nossos irmãos e irmãs que já alcançaram a contemplação definitiva de Deus. Estão, como dizemos, no céu. Mas olhamos também para cada um de nós que deve constantemente buscar esta santidade. Os santos e santas de ontem são um apelo para que nós, os santos e santas de hoje demos um testemunho constante de vida de santidade. Deus é santo. E o apelo dele é justamente este: Sede santos, pois Eu sou santo (cf. Lv 11,45). Buscar a santidade não é algo de extraordinário, fazer milagres, produzir coisas fantásticas... Os grandes santos fizeram as coisas ordinárias de um modo extraordinário. Deus nos torna filhos e filhas: já temos a vida dele em nós. Basta conservar esta vida da graça para sermos santos. Mas os desafios são inumeráveis: devemos enfrentar as perseguições, os dragões, as tentações... Mas temos as armas: a Palavra de Deus, a Eucaristia, os Sacramentos, a vida em Comunidade....
2. João viu o número... “Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas.” (Ap 7, 9).
A marca na fronte é o sinal da salvação e da pertença a Deus. O número 144.000 (12x12x1.000) é o número total e perfeito. A salvação está aberta a todos (todas as nações, tribos, raças e línguas) A veste branca lembra a pertença ao novo povo (batismo) e as palmas, o enfrentamento dos desafios. Ser santo é pertencer aos assinalados, sem distinção de raça ou status e fazer parte dos que enfrentam os desafios para que o Reino aconteça.
3. Filhos do Santo. “Veremos Deus tal qual Ele é.” (1Jo 3, 2).
Muitos de nós desconhecemos esta grande dignidade: somos filhos e filhas de Deus. O Batismo abre para nós esta porta e a partir daí devemos manter esta dignidade, custe o que custar. A semelhança plena se dará quando Cristo se manifestar na sua glória. Mas desde agora devemos viver esta dignidade. Não esperar ser santo depois...
4. Bem-aventurados... “Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.” (Mt 5, 12).
Os valores são totalmente invertidos. Só os santos entenderam a realidade das bem-aventuranças. Parece uma utopia dizer que bem-aventurados são os pobres, os perseguidos, os que choram, os que são puros... A sociedade hoje elege outros valores. Mas a verdadeira santidade está em buscar e em viver as bem-aventuranças. Isto custou a vida de Jesus e custou a vida de muitos santos e santas. Se quisermos ser santos e se quisermos um mundo novo devemos praticar as bem-aventuranças.
5. Conclusão.
Devemos buscar a santidade, apesar dos desafios. Parece que falar em santidade hoje destoa dos projetos humanos. Mas esta é a nossa vocação. Conta-se que Madre Teresa de Calcutá foi interrogada por um repórter se ela não se importava em ser chamada de santa. E ela prontamente respondeu: “Não, não me importo, pois essa é a minha obrigação!”. Viver diariamente o nosso Batismo, fonte de nossa vocação à santidade, vai nos impulsionar a viver a santidade. As Bem-aventuranças não podem ser apenas sonho, utopia. Devem ser realidade.
CI031110
Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br
Na festa de hoje olhamos para os nossos irmãos e irmãs que já alcançaram a contemplação definitiva de Deus. Estão, como dizemos, no céu. Mas olhamos também para cada um de nós que deve constantemente buscar esta santidade. Os santos e santas de ontem são um apelo para que nós, os santos e santas de hoje demos um testemunho constante de vida de santidade. Deus é santo. E o apelo dele é justamente este: Sede santos, pois Eu sou santo (cf. Lv 11,45). Buscar a santidade não é algo de extraordinário, fazer milagres, produzir coisas fantásticas... Os grandes santos fizeram as coisas ordinárias de um modo extraordinário. Deus nos torna filhos e filhas: já temos a vida dele em nós. Basta conservar esta vida da graça para sermos santos. Mas os desafios são inumeráveis: devemos enfrentar as perseguições, os dragões, as tentações... Mas temos as armas: a Palavra de Deus, a Eucaristia, os Sacramentos, a vida em Comunidade....
2. João viu o número... “Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas.” (Ap 7, 9).
A marca na fronte é o sinal da salvação e da pertença a Deus. O número 144.000 (12x12x1.000) é o número total e perfeito. A salvação está aberta a todos (todas as nações, tribos, raças e línguas) A veste branca lembra a pertença ao novo povo (batismo) e as palmas, o enfrentamento dos desafios. Ser santo é pertencer aos assinalados, sem distinção de raça ou status e fazer parte dos que enfrentam os desafios para que o Reino aconteça.
3. Filhos do Santo. “Veremos Deus tal qual Ele é.” (1Jo 3, 2).
Muitos de nós desconhecemos esta grande dignidade: somos filhos e filhas de Deus. O Batismo abre para nós esta porta e a partir daí devemos manter esta dignidade, custe o que custar. A semelhança plena se dará quando Cristo se manifestar na sua glória. Mas desde agora devemos viver esta dignidade. Não esperar ser santo depois...
4. Bem-aventurados... “Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.” (Mt 5, 12).
Os valores são totalmente invertidos. Só os santos entenderam a realidade das bem-aventuranças. Parece uma utopia dizer que bem-aventurados são os pobres, os perseguidos, os que choram, os que são puros... A sociedade hoje elege outros valores. Mas a verdadeira santidade está em buscar e em viver as bem-aventuranças. Isto custou a vida de Jesus e custou a vida de muitos santos e santas. Se quisermos ser santos e se quisermos um mundo novo devemos praticar as bem-aventuranças.
5. Conclusão.
Devemos buscar a santidade, apesar dos desafios. Parece que falar em santidade hoje destoa dos projetos humanos. Mas esta é a nossa vocação. Conta-se que Madre Teresa de Calcutá foi interrogada por um repórter se ela não se importava em ser chamada de santa. E ela prontamente respondeu: “Não, não me importo, pois essa é a minha obrigação!”. Viver diariamente o nosso Batismo, fonte de nossa vocação à santidade, vai nos impulsionar a viver a santidade. As Bem-aventuranças não podem ser apenas sonho, utopia. Devem ser realidade.
CI031110
Mons. Antonio Romulo Zagotto
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