1. Introdução.
Encerrando a nossa caminhada do Ano Litúrgico, celebramos a festa de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Sabemos muito bem como Jesus conquistou esta realeza. Caminhando firme para a prisão, para a tortura, para a morte. O seu trono é a cruz e a sua coroa a de espinhos... Em nada se assemelha aos reis e poderosos deste mundo. A direção do poder de Jesus é bem outra: a do serviço, a da humildade, a da opção pelos pobres e esquecidos da sociedade. Sua realeza liberta e torna o homem mais livre do pecado e da escravidão, mais capaz de viver a verdadeira liberdade dos filhos e filhas de Deus. Devemos ser súditos apaixonados pelo projeto do Reino, promovendo o homem integralmente. Os que nos virem deverão também se apaixonar por este projeto. O prefácio deste Domingo define o Reino de Jesus, como um reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça do amor e da paz. Infelizmente a sociedade de hoje está longe destas realidades. Será que quando Ele voltar o mundo estará mudado?
2. Promessa. “Eles o ungiram Davi como rei de Israel.” (2Sm 5, 3).
Termina o sistema das Tribos e começa o sistema Monárquico. Este é um dos acontecimentos fundamentais da história de Israel. A unção de Davi, escolhido por Deus e reconhecido por todos, é uma imagem do que vai acontecer com Jesus. Davi vai decepcionar. Jesus vai assumir até o fim, até à cruz.
3. Reinado do Filho. “Recebeu-nos no reino de seu Filho amado.” (Cl 1, 13).
Para animar os colossenses a permanecer firmes na fé, Paulo cita um hino cristão, provavelmente usado na cerimônia batismal, que canta a grandeza de Cristo. Paulo se serve desse hino para criticar qualquer doutrina que apresente como necessárias outras mediações salvíficas, além da de Cristo. Cristo é o único mediador entre Deus e a criação, e só ele, mediante a cruz, é capaz de reconciliar Deus com as criaturas submetidas ao pecado.
4. Cruz como trono. “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reinado”. (Lc 23, 42).
Jesus é crucificado como criminoso, entre criminosos. Por entre a curiosidade do povo e a caçoada dos chefes e soldados ecoa a palavra de perdão: os responsáveis pela morte de Jesus devem ser perdoados, porque não conhecem a gravidade e as conseqüências do próprio gesto. O letreiro da cruz, indicando a causa da condenação, proclama para todos a chegada da realeza que dá a vida. No momento em que tudo parece perdido, Jesus se mostra portador da salvação. Ele anunciou a salvação aos pecadores, durante a sua vida; agora, na cruz, a oferece ao criminoso. Jesus não está sozinho na cruz. Acompanham-no todos aqueles que são condenados por uma sociedade que não aceita o projeto de Deus e que clamam: “Lembra-te de nós!”.
5. Conclusão.
Junto com a festa de Cristo Rei, celebra-se também o Dia do Leigo e da Leiga. Vocação especial, muitas vezes esquecida (tendemos a acreditar que vocacionados são somente os sacerdotes e freiras), ser leigo ou leiga no mundo de hoje é um permanente desafio. Desafio de vida e testemunho: como ser do mundo, sem ser do mundo, como nos conclama São Paulo? Leigos e leigas ocupam importantes ministérios na vida da Igreja e assumem sua vocação particular de constituir família – e aceitar com generosidade a vocação matrimonial que Deus lhes dá. Assumem a vocação de atuar profissionalmente com ética, dedicação e diferencial positivo no sentido de ser uma pessoa diferente no meio de tantas. Assumem vocação missionária, dedicando-se muitas vezes solitariamente ao outro mais necessitado. Enfim, leigos e leigas assumem o grande desafio de serem pedras vivas da Igreja, trabalhadores do reino que Cristo Rei vem implementar.
Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br
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