03/11/2010

TODOS OS SANTOS.

1. Introdução:
Na festa de hoje olhamos para os nossos irmãos e irmãs que já alcançaram a contemplação definitiva de Deus. Estão, como dizemos, no céu. Mas olhamos também para cada um de nós que deve constantemente buscar esta santidade. Os santos e santas de ontem são um apelo para que nós, os santos e santas de hoje demos um testemunho constante de vida de santidade. Deus é santo. E o apelo dele é justamente este: Sede santos, pois Eu sou santo (cf. Lv 11,45). Buscar a santidade não é algo de extraordinário, fazer milagres, produzir coisas fantásticas... Os grandes santos fizeram as coisas ordinárias de um modo extraordinário. Deus nos torna filhos e filhas: já temos a vida dele em nós. Basta conservar esta vida da graça para sermos santos. Mas os desafios são inumeráveis: devemos enfrentar as perseguições, os dragões, as tentações... Mas temos as armas: a Palavra de Deus, a Eucaristia, os Sacramentos, a vida em Comunidade....

2. João viu o número... “Vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas.” (Ap 7, 9).
A marca na fronte é o sinal da salvação e da pertença a Deus. O número 144.000 (12x12x1.000) é o número total e perfeito. A salvação está aberta a todos (todas as nações, tribos, raças e línguas) A veste branca lembra a pertença ao novo povo (batismo) e as palmas, o enfrentamento dos desafios. Ser santo é pertencer aos assinalados, sem distinção de raça ou status e fazer parte dos que enfrentam os desafios para que o Reino aconteça.

3. Filhos do Santo. “Veremos Deus tal qual Ele é.” (1Jo 3, 2).
Muitos de nós desconhecemos esta grande dignidade: somos filhos e filhas de Deus. O Batismo abre para nós esta porta e a partir daí devemos manter esta dignidade, custe o que custar. A semelhança plena se dará quando Cristo se manifestar na sua glória. Mas desde agora devemos viver esta dignidade. Não esperar ser santo depois...

4. Bem-aventurados... “Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus.” (Mt 5, 12).
Os valores são totalmente invertidos. Só os santos entenderam a realidade das bem-aventuranças. Parece uma utopia dizer que bem-aventurados são os pobres, os perseguidos, os que choram, os que são puros... A sociedade hoje elege outros valores. Mas a verdadeira santidade está em buscar e em viver as bem-aventuranças. Isto custou a vida de Jesus e custou a vida de muitos santos e santas. Se quisermos ser santos e se quisermos um mundo novo devemos praticar as bem-aventuranças.

5. Conclusão.
Devemos buscar a santidade, apesar dos desafios. Parece que falar em santidade hoje destoa dos projetos humanos. Mas esta é a nossa vocação. Conta-se que Madre Teresa de Calcutá foi interrogada por um repórter se ela não se importava em ser chamada de santa. E ela prontamente respondeu: “Não, não me importo, pois essa é a minha obrigação!”. Viver diariamente o nosso Batismo, fonte de nossa vocação à santidade, vai nos impulsionar a viver a santidade. As Bem-aventuranças não podem ser apenas sonho, utopia. Devem ser realidade.

CI031110
Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br

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