Introdução
Seguir Jesus não é fácil: as propostas dele são
claras: renúncia, cruz e seguimento. O caminho que Ele nos propõe é o mesmo que
Ele caminhou. Assumir estes valores requer de cada um de nós coragem,
desprendimento e confiança. Cada celebração que nos reúne é um apelo a este
seguimento e um fortalecimento pessoal e comunitário para assumir este projeto.
Muitas vezes nos sentimos desanimados e é preciso reabastecer nossas forças nos
sacramentos e no convívio comunitário. Há necessidade de mudança de atitudes
para entender este apelo que Jesus nos faz. A cruz não é final, mas nos aponta
para a Ressurreição e para a vida. Depois de apontar a Pedro qual o caminho que
vai seguir, Jesus mostra que este caminho é também o do discípulo. Ele não
oferece facilidades. Renúncia significa deixar de lado nossos projetos; tomar a
cruz significa assumir o projeto libertador dele e segui-lo é enfrentar
os desafios que Ele mesmo enfrentou. Ele não nos ilude: quem quiser, sabe que
vai assumir algo difícil. Mas Ele não nos deixa sozinhos. Caminha na frente
para dar o exemplo.
Primeira Leitura: Is 50, 5-9a
Israel tem nos próprios pecados o único
documento para provar por que está separado de Deus. Apesar de tudo, Deus
continua fiel e, como no primeiro êxodo, está disposto a lutar contra tudo e
contra todos para libertar e reunir o seu povo. Este, porém, parece não confiar
em Deus. É o terceiro «cântico do Servo do Senhor». A missão do Servo é, aqui,
apresentada como encorajamento aos fracos e abatidos. Para isso, não resiste ao
que Deus lhe pede e não recua diante das dificuldades e ataques de adversários.
Quem o acusará se o seu advogado é o próprio Deus? Os adversários serão
apanhados na mesma armadilha que lhe tinham preparado. Tal foi a atitude de
Jesus, e é a característica fundamental de seus seguidores.
Segunda Leitura - Tg 2, 14-18
Tiago
insiste em uma fé que se concretiza nas obras, sobretudo no amor ao próximo e
na oração. É provável que Tiago reaja a interpretações ou conseqüências
abusivas e unilaterais da doutrina de Paulo. Na verdade, Paulo não é contra as
obras, pois uma fé autêntica deve produzi-las (cf. Rm 2,6.15-16; Gl 5,6; 1Ts
1,3). Paulo afirma, para quem não tem fé em Jesus Cristo, que a fé é
indispensável. Tiago afirma, para quem tem fé que concretizá-las em obras é
indispensável. Dizer que tem fé, mas não mostrar as obras é como dizer “Senhor,
Senhor”. Não salva ninguém. Nos vv. 15 a 16, Tiago apresenta uma comparação
concreta: se você não ajuda seu irmão necessitado suas palavras bonitas não
servem para nada. Assim também diz o v. 17: fé sem obras é morta, ou seja, para
nada serve. O v. 18 quer dizer que mostrar a fé pelas obras é possível, mas é
impossível demonstrar uma fé sem as obras. Numa palavra a fé é inseparável das
obras. Fé e obras de caridade são os dois lados de uma única moeda.
Evangelho
- Mc 8, 27-35
A pergunta de Jesus força os discípulos
a fazer uma revisão de tudo o que ele realizou no meio do povo. Esse povo não
entendeu quem é Jesus. Os discípulos, porém, que acompanham e vêem tudo o que
Jesus tem feito, reconhecem agora, através de Pedro, que Jesus é o Messias. A
ação messiânica de Jesus consiste em criar um mundo plenamente humano, onde
tudo é de todos e repartido entre todos. Esse messianismo destrói a estrutura
de uma sociedade injusta, onde há ricos à custa de pobres e poderosos à custa
de fracos. Por isso, essa sociedade vai matar Jesus, antes que ele a destrua. Mas
os discípulos imaginam um messias glorioso e triunfante. A morte de cruz era
reservada a criminosos e subversivos. Quem quer seguir a Jesus esteja disposto
a se tornar marginalizado por uma sociedade injusta (perder a vida) e mais, a
sofrer o mesmo destino de Jesus: morrer como subversivo (tomar a cruz).
Reflexão.
1. Apesar das perseguições temos
esperança?
2. Nossa fé se traduz em obras?
3. Somos sérios seguidores? Renuncia;
tomar a cruz e seguimento...
Dinâmica:
Entrar com uma grande cruz ao se proclamar
o evangelho
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