30/07/2013

XVIIIº DOMINGO DO TEMPO COMUM - BENS DO REINO.

Introdução.

Neste primeiro domingo do mês de agosto, iniciando nosso mês vocacional, nos encontramos com o Ressuscitado que nos aponta os valores do Reino. Aos cidadãos do Reino não cabe o acúmulo de bens materiais. Nossa vocação nos destina a valores que não perecem: coisas do alto, como nos diz São Paulo. O povo na sua sabedoria bem diz: “Caixão não tem gaveta!”. Bens materiais acumulados não serão levados. Vão ficar, para muitas vezes, gerar divisão familiar, brigas, rompimentos... O conselho de Jesus é muito claro: “Acumulai para vós tesouros no céu, onde a ferrugem e a traça não corroem e onde os ladrões não assaltam nem roubam.” (Mt 6, 20).

 

  1. Valores. “Que resta ao homem de todos os seus trabalhos?” (Ecl 2, 22).

A poesia do Livro do Eclesiastes tem uma frase tão guardada e repetida pelo nosso povo: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade!” (Ecl 1, 2). Mais uma vez prevalece a palavra de Jesus: “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua vida?” (Mt 16, 26). O verdadeiro sábio é aquele que descobre que a vida é passageira.

 

  1. Coisas do alto. “Esforçai-vos para alcançar as coisas do alto, onde está Cristo.” (Cl 3, 1).

São Paulo apresenta uma listinha das coisas que ainda nos prendem a terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos, cobiça, mentira... E podíamos acrescentar ainda mais uma dezenas de pecados que nos prendem a este mundo. Mas Paulo insiste: revestistes-vos do homem novo. Por isso buscar as coisas que têm verdadeiro valor: as coisas do alto. Os “bens” deste mundo devem ser estirpados, cortados pela raiz. Um longo processo de conversão.

 

  1. Acúmulo inútil.  E para quem ficará o que acumulaste?” (Lc 12, 20).

O verdadeiro valor para o discípulo é – “Buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça; e Jesus continua – o resto vos será dado por acréscimo.” (Lc 12, 31). Resto – a sobra, o que não tem valor. Acumular bens é não ter confiança. Não somos daqui. Estamos aqui apenas de passagem. Fica aqui o exemplo daquelas pessoas que no momento do sepultamento ouvem as palavras consoladoras de Jesus: “Vinde bendito de meu Pai.” (Mt 25, 34). Fizeram tanto bem e não levam bem material nenhum! Só bens espirituais! Apresentam-se diante de Deus de mão cheias!

 

  1. Conclusão.

O salmo de hoje nos ajuda na nossa conclusão:

(Sl 89, 3-6)

“Vós fazeis voltar ao pó todo ser mortal, quando dizeis: ‘voltai ao pó, filhos de Adão!’  Pois mil anos são para vós como ontem, qual vigília de uma noite que passou.

 

Eles passam como o sono da manhã, são iguais à erva verde pelos campos: De manhã ela floresce vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca.”

 

6. Dinâmica

Um belo e grande pão para ser repartido no final da celebração

 

24/07/2013

XVIIº DOMINGO DO TEMPO COMUM - DISCÍPULO ORANTE.


 

  1. Introdução.

Nosso encontro com o Ressuscitado, neste Domingo, nos leva a entender que ainda temos que aprender muito do Mestre. Jesus nos leva a entender a necessidade de aprendermos. Aprender como discípulos. Na escola d’Ele. Como a discípula Maria, de domingo passado. Sentados aos seus pés. O discipulado primeiro para a ação depois. Os grandes seguidores vivenciaram a experiência da contemplação e da oração. Jesus mesmo dá o exemplo. E assim estimula seus seguidores: Ensina-nos! (Lc, 11,1). Este deve também ser o nosso pedido.

 

  1. Rezar, rezar e rezar... “Que o meu Senhor não se irrite, se eu falar” (Gn18, 32).

O poder da oração move o coração de Deus! A exigência de Deus é que haja um grupo de justos no meio do povo. Ser justo para a Bíblia significa ser santo. Os que estão em sintonia com o coração de Deus. Em outros textos Deus vai exigir um numero menor dos que os dez de Abraão. No final basta o Justo por excelência: JESUS. Sua oração definitiva na cruz salva toda a humanidade.

 

  1. Conta cancelada. “Deus vos trouxe para a vida, junto com Cristo e a todos nós perdoou os pecados.” (Cl 2, 13).

Não temos mais dívidas para com Deus. Pelo Batismo fomos sepultados e ressuscitamos. Estávamos mortos e temos vida. Éramos devedores e agora temos nossa dívida cancelada. Jesus é o nosso Salvador. Na cruz a humanidade toda foi pregada para da mesma cruz sair liberta. Os paradoxos – morte x ressurreição, pecado x graça, escravos x livres, tão presentes no batismo se mostram reais na nossa vida: homens novos, criaturas novas.

 

  1. Ensina-nos. “Pedi e recebereis” (Lc 11, 9).

Jesus não quer ensinar uma fórmula ou um método para rezar, mas nos ensina a necessidade de nos aproximar de Deus. Ele é nosso Pai. Pai, pão e perdão. Três dimensões que deverão estar sempre presente em nossas orações. Tudo isso na dimensão do Reino: Pai - um Deus próximo de nós; Pão – basta o necessário para cada dia; Perdão – somos irmãos e irmãs.

 

  1. Conclusão.

As relações descritas no Evangelho ao se fazer os pedidos são de amigo para amigo e de pai para filho. Abraão conversa com Deus como se conversa com um amigo. Nós vamos estar em sintonia com Deus se tivermos esta relação de amigo e de filhos. Deus vai estar atento aos nossos pedidos e por meio de Jesus vai ouvir nossas preces.

 

      6. Dinâmica

Motivar a Assembleia a rezar o Pai Nosso pausadamente

 

16/07/2013

XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM - MINHA CASA, SUA CASA.


  1. Introdução.

Mais uma vez vamos celebrar a Páscoa Semanal do Senhor Jesus. Reunimos-nos para ouvir a Palavra e receber o Alimento. Ao invés de acolher o Senhor em nossa casa é Ele quem nos acolhe em sua casa. E nesse aconchego aprendemos a necessidade de também acolher o outro. Mesmo desconhecido. Andarilhos, excluídos, os sem teto...

 

2. Hospitalidade. "Meu Senhor, peço-te que não prossigas viagem, sem parar junto a mim, teu servo. (Gn 18, 3)

A tenda de Abraão e Sara se coloca aberta para acolher. Os três desconhecidos são acolhidos com o que se tem de melhor: água para lavar os cansados pés, pão de farinha fina, carne de novilho tenro, coalhada, leite... “Não vos esqueçais da hospitalidade pela qual alguns, sem saber, hospedaram os anjos”. (Hb 13, 2). Em recompensa receberam a promessa de um filho, Isaac, o filho da promessa.

 

3. Vivência. “O mistério escondido por séculos e gerações,  mas agora revelado aos seus santos. (Cl 1, 26)

Paulo acolhe a proposta de Deus em seu coração. Mas não guarda para si. Quer comunicar esse tesouro a todos. Enfrenta desafios. Sofre para dar conta de sua missão. Tudo em solidariedade para com a Igreja. Não basta teorizar! É preciso colocar em prática nosso cristianismo.

 

4. Melhor parte. Marta, recebeu-o em sua casa. Maria escolheu a melhor parte.”  (Lc 10, 38.42)

A proposta não é colocar Marta e Maria se digladiando. O pano de fundo está na novidade do Reino. A liberdade da mulher em também ser discípula. Jesus vem trazer uma proposta nova. Não os costumes da tradição que ainda hoje prevalecem: “lugar de mulher é na cozinha!”. Lugar de todos nós é ser discípulos. Muito em sintonia com Aparecida: discípulos/missionários.

 

5. Conclusão.

Cada um de nós é chamado a colher. E ser acolhido. Ouvir e servir. Juntar as duas propostas e fazer de nossa ação uma mudança de paradigmas. O mundo hoje precisa entrar em sintonia com as linhas do Reino. E somos nós os encarregados de fazer valer o que o Reino pede a todos. Abertos ao acolhimento. Abertos ao ser missionário. Abertos à não exclusão. Todos discípulos/missionários.

 

      6. Dinâmica

a) Dinamizar a acolhida no início da celebração;

b) Dinamizar o abraço da paz

 

Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto

 

09/07/2013

XVº DOMINGO DO TEMPO COMUM

Introdução

A cada Domingo nos encontramos com o Ressuscitado e com nossos irmãos e irmãs. Com esse grupo seleto com quem convivemos parece ser fácil de partilhar e conviver. Nossas relações, dentro da Comunidade são facilitadas pela rapidez do encontro e pelo descompromisso de uma convivência mais prolongada. A Comunidade artificial na qual convivemos, cantamos, rezamos, nos cumprimentamos não cria laços de fraternidade, partilha e solidariedade. Saímos daqui e nos tornamos desconhecidos, continuando a viver a nossa vidinha...

 

Primeira Leitura - Dt  30, 10-14

Deus quer fazer o povo seguir os mandamentos. Coisas simples e possíveis para qualquer ser humano. Deus não exige de nós coisas impossíveis. “... não é difícil demais e nem está fora do teu alcance.” (Dt 30, 11). Jesus mesmo vai dizer que os mandamentos todos se resumem de uma maneira prática e sintética: “Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, e com todo o seu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Ame ao seu próximo como a si mesmo. Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos.” (Mt 22, 37-40). Basta isso! Não está longe: está no coração (cf v 14)

 

Segunda Leitura - Gl 1, 25-20

Gosto de parafrasear a palavra de Jesus para Filipe: “Faz tanto tempo que estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que você diz: ‘Mostra-nos o Pai’?” (Jo 14, 9). QUEM ME VIU, VIU JESUS?  Se Jesus é a imagem do Pai, e se o próximo é a de Jesus, necessariamente devemos ver Jesus nos outros. E também nós devemos retratar Jesus.

 

Evangelho -Lc 10, 25-37

O terceiro texto é o belo texto da parábola do Bom Samaritano: “Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e teve compaixão.” (Lc 10,33) O sacerdote passa de nariz empinado e vai para o templo. O levita a mesma coisa. O samaritano não! Teve compaixão. Larga seu projeto e se mistura ao homem todo quebrado. Que nem conhecia! Cuida primeiro daquele lascado da vida e só depois de tudo acertado continua sua viagem. Um comentário sobre o verbete compaixão me chamou a atenção. Alguém escreveu: “Ter compaixão é jogar-se na lama com aquele que está todo enlameado.” Penso que resume bem o que é ter compaixão. Fazer como Deus. Enlameou-se com a nossa lama: desceu, esvaziou-se, teve compaixão. Que seria de nós se Ele não tivesse tido compaixão de nós? E quantos que precisam que também nós tenhamos coragem de padecer com eles. Padecer juntos. Muitas vezes sem dizer nada. Apenas estar presente no momento da dor. Ser presença. Isso basta! Saber que alguém está comigo no momento em que mais preciso será consolador. Vamos descer, vamos nos esvaziar, vamos ter compaixão. O mundo será diferente. Nós seremos diferentes!

 

Reflexão

A Palavra de Deus nos mostra o caminho para o outro. Num mundo onde se preconiza o egoísmo, o fechamento, o individualismo, Jesus vem propor uma nova maneira de se viver. Tenho dito nas Comunidades que o modo de viver do mundo é assim: tenho um pão e esse pão é só meu. O modo de viver do cristão é diferente: tenho um pão e esse pão é nosso! Repartido, partilhado, solidarizado... Se vivêssemos assim o mundo seria diferente.

 

Dinâmica

Apresentar nossas pastorais sociais

 

05/07/2013

XIVº Domingo do Tempo Comum - Ano C

Introdução

"Eis que vos envio..." (Lc 10,3) Nossa Igreja tem insistido muito na questão de sermos discípulos/ missionários. Ser discípulo (aluno) primeiro para ser missionário depois! Somos missionários de raiz, por natureza. Se nos negarmos a isso estaremos negando algo de nossa essência cristã. Recebemos um presente e devemos comunicar este presente aos outros. E quanto a mais pessoas, melhor. Jesus fez isso. Maria fez isso. Os apóstolos fizeram isso. Somos continuadores desses missionários. Também exige responsabilidade, compromisso, adesão,...  Tarefa difícil para este nosso continente, tão pobre, cheio de mazelas, misérias, exclusões e marginalizados. Mas se a tarefa é difícil não é impossível. Cada um fazendo um pouquinho, juntos vamos escrever uma história nova e construir um tempo novo. Mãos à obra!

 

Primeira Leitura - Is 66, 10-14c

Os exilados voltaram para a sua terra e as promessas ainda não se cumpriram. A comunidade se encontra em decadência, porém, os mais fiéis permanecem confiantes. O profeta confirma a esperança deles com a visão de um povo novo, que nasce de Jerusalém. A salvação e a paz vão chegar, pois o Senhor julga o mundo. De todos os cantos da terra os povos vêm para se reunir com Israel na adoração ao Deus vivo.

 

Segunda Leitura - Gl 6, 14-18

Paulo acusa os pregadores judaizantes de orgulho, covardia e falsidade. De fato, eles visam à glória pessoal, fogem à perseguição e, embora preguem a Lei, eles próprios não a praticam. Paulo, porém, mesmo perseguido, se gloria apenas na cruz de Cristo, porque é dela que nasceu a nova criação, diante da qual ser ou não ser circuncidado é algo que já não tem importância.

 

Evangelho - Lc 10, 1-12.17-20

Os discípulos são organizados por Jesus para anunciarem a Boa Notícia no caminho e começarem a realizar os atos que concretizam o Reino. Aqueles que não quiserem aderir à Boa Notícia ficarão fora da nova história. Os milagres realizados são motivo de alegria para os discípulos que retornam. No entanto, Jesus mostra que são apenas sinais de uma libertação muito mais ampla, que ameaça o domínio de Satanás. A verdadeira alegria dos discípulos é saber que a novidade do Reino está surgindo, e que eles estão participando dela.

 

Reflexão

1 - Estamos sendo instrumentos da paz?

2 - O que significa a cruz para mim?

3 - Que tipo de missão assumo na comunidade?

 

Dinâmica

No final, antes da benção fazer o "envio" de todos, destacando o "Ide em paz..."

 Fonte: Mons. Antônio Romulo Zagotto