1. Introdução.
Outra vez a Santa Palavra vem nos falar de oração. Nosso encontro semanal com o Ressuscitado nos faz saborear o caminho a ser percorrido para se aprender a rezar. Não podemos entrar em contato com Deus com o coração inflado de arrogância, imaginando que o mundo gira ao redor de nós. Devemos nos colocar como necessitados da misericórdia de Deus para receber Dele toda a atenção. Aos pobres, aos excluídos, aos marginalizados Deus dá atenção. Para quem se basta, não há espaço para Deus.
2. Deus ouve os pequenos. “A prece do humilde atravessa as nuvens.” (Eclo 35, 21).
As categorias do pobre, do órfão e da viúva (e ainda o estrangeiro, não mencionado aqui), são os queridos de Deus. São grupos socialmente vulneráveis. Deus os escuta. Deus os protege. Suas preces são ouvidas. É assim que devemos nos apresentar diante de Deus: despojados. O nosso vazio será ocupado por Deus. O refrão do salmo de hoje nos ajuda a rezar: “O pobre clama a Deus e ele escuta: o Senhor liberta a vida dos seus servos.” (Sl 33).
3. Abandonado. “Agora está reservada para mim a coroa da justiça.” (2Tm 4, 8).
Ao escrever ao Bispo Timóteo, Paulo mostra bem que Deus faz justiça aos despojados. Abandonado pelos homens, é recompensado por Deus. O prêmio não são elogios humanos, mas a coroa imperecível da justiça, dada por Deus. Em seu “testamento”, Paulo delineia bem como os abandonados são acolhidos por Deus. Quando tinha o coração cheio de ira não era acolhido. Quando “caiu do cavalo” tem o valor reconhecido.
4. Fariseu e publicano. “O publicano voltou para casa justificado, o outro não.” (Lc 18, 14).
A “ação de graças” do fariseu não atingiu o coração de Deus. Falava mais de si. Sua oração tinha duas direções: um olhar negativo dos pecados dos outros e um olhar positivo de suas virtudes. Deus não o ouviu. O publicano tinha uma direção: suas misérias, seus pecados. Deus o ouviu. A salvação não é mérito nosso, vem de Deus. Se nos colocarmos assim diante de Deus, Ele nos atenderá.
5. Conclusão.
Os queridos de Deus são ouvidos. Diante dos valores do mundo, são desprezados. Mas é com estes que Deus faz aliança. Ele está do lado do pobre, do humilde, do desprezado. E é assim que devemos nos colocar diante de Deus: despojados! Só assim Deus vai preencher nosso vazio. Se nos colocarmos cheios, não haverá espaço para Deus. Neste Domingo celebramos o Dia Mundial das Missões. O tema de reflexão, sugerido pelo Papa Bento XVI para este ano de 2010, é: “A construção da comunhão eclesial é a chave da missão”. Ser missionário é ir ao encontro dos despojados para anunciar a eles a pessoa de Jesus. Mais com atitudes do que com palavras.
Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br
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