1. Introdução.
A cada Domingo nos reunimos com o Ressuscitado para a Eucaristia. A palavra Eucaristia vem do grego e significa “reconhecimento”, “ação de graças”, “muito obrigado!”. Nossa fé, como vimos, no domingo passado (“Aumenta nossa fé!”) nos faz dizer junto com Jesus o nosso muito obrigado ao Pai, reconhecendo nEle toda fonte de restauração. Se entendermos bem o significado da missa dominical, páscoa semanal, vamos perceber que mais do que cumprir uma obrigação enfadonha passa a ser uma necessidade. Eucaristia é a alegria que brota da contemplação do Deus que é grande no amor, que nasce da descoberta de sermos salvos gratuitamente.
2. Reconhecimento. “Naamã voltou para junto do homem de Deus, e fez sua profissão de fé.” (2Rs 5, 25)
O drama (ver o cap. 5 todo) se inicia com a proposta de cura e termina com o reconhecimento do verdadeiro Deus. Para esta caminhada será preciso humildade, conversão. Deus não realiza sua obra no aparato fantástico, como num passe de mágica, mas na busca constante e submissa das propostas de Deus (lavar-se sete vezes!). A lição que aprendemos que a vida é dom de Deus. Não precisamos pagar. Mas devemos ter reconhecimento. O Sl 97 nos ajuda nesta ação de graças.
3. Palavra livre. “Se com Cristo ficamos firmes, com ele reinaremos” (2Tm 2, 12).
Paulo insiste com o bispo Timóteo para que testemunhe a ressurreição. Mesmo prisioneiro deve anunciar: “a palavra de Deus não está algemada.” (2Tm 2, 9). O hino final (2Tm 2, 11-13) é para Timóteo e para nós um apelo para que haja coerência entre fé e vida.
4. Muito obrigado! “Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” (Lc 17, 18).
Nem tanto focar a gratidão, mas sim a fé do samaritano. O itinerário para se descobrir Jesus é sair da situação de exclusão (lepra), passando pela cura, até o reconhecer que em Jesus o amor de Deus leva os homens a viver na alegria da gratidão. A vida que Deus dá em Jesus Cristo é gratuita, é graça. Só na fé saberemos voltar para agradecer.
5. Conclusão.
Como Naamã e o leproso samaritano curado, devemos ser reconhecidos ao Deus que nos salva, nos perdoa e nos cura. Não podemos procurar aparatos suntuosos, exploradores de um Deus que cura tomando em troca nossas dádivas, mas o Deus de uma cura gratuita, própria do comportamento de Deus: sem barulho, na simplicidade de quem acolhe, sobretudo os excluídos e menosprezados. A Eucaristia vai se revestir de um sentido diferente, como ação de graças e não como o pesado encargo de cumprir um mandamento. A partir daí vamos entender que Eucaristia não é obrigação, mas uma necessidade. O “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou” (Lc 17, 19) é dito também a nós, se reconhecidos soubermos fazer da Eucaristia a verdadeira ação de graças. E é também, neste mês missionário um envio: discípulos/missionários.
Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br
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