Outro dia fui chamado às pressas para atender uma grávida que estava numa situação de risco. Levei o frasco do óleo dos enfermos e o livrinho do Ritual para a Unção. Em lá chegando me deparei com uma menina ainda, barriguda, com aparência de desnutrida... Cumprimentei a todos e perguntei a ela se queria conversar um pouco e receber o Sacramento. Ela disse que não. Só queria uma benção. Não queria Sacramento, pois estava freqüentando outra igreja. Comecei a conversar: Como assim, outra igreja? É que Jesus é o mesmo seu padre! Eu me batizei na Católica. Foi o senhor quem me batizou. Foi o senhor mesmo que também me crismou. Mas agora estou em outra igreja. Eu fiquei meio assustado e comecei a perguntar: Quem falou que Jesus é o mesmo? Acho que não. O Jesus dos católicos tem Mãe e o Jesus deles não! E como você faz para comungar? É que lá tem a ceia... Mas a ceia não é comungar o Corpo e o Sangue de Cristo. É comer um pedacinho de pão e beber um pouquinho de vinho (muitas vezes suco de uva!). O pastor, por mais esforço que faça não recebeu o “poder” para transformar o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Cristo. Ela ficou me olhando sem dar resposta. Comecei a fazer uma prece por ela, impondo-lhe minhas mãos. E sai de lá desolado, pois muitos estão desertando de nossas fileiras, porque querem celebrações animadas, encontros que tocam o emocional, curas, prosperidade... Sem fundamentação nenhuma, vemos despencar o número de católicos e inchar o número dos evangélicos. Não dos evangélicos sérios. Que também sentem na carne a defasagem. Mas os neopentecostais, que fazem um barulho danado, apelando para encenações absurdas, que enganam os desavisados. Se o católico tivesse um mínimo de segurança na sua formação doutrinal, jamais trocaria a sua Igreja por outra, diante da beleza de seu conteúdo dogmático. Não precisaria ser doutor em teologia. Bastaria saber os princípios de nossa fé e teria a convicção que a máxima defendida por nós é verdadeira: “Extra Ecclesiam nulla salus”. Sinto-me apunhalado pelas costas quando um Ministro da Eucaristia ou da Palavra muda de religião. Que formação teve? Como pode jogar fora um tesouro tão precioso para assumir algo inconsistente? Quem nasceu lá tudo bem. Mas quem é daqui perder a Mãe, a Eucaristia, o perdão dos pecados e tanta outra coisa tão bonita? Não dá para entender... Verdadeiras incongruências!
Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto
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