Li em algum lugar, que em certa época, quando dava hora de missa, soldados iam de casa em casa, obrigando a população a ir para a igreja.
Quando adolescente em Castelo, éramos obrigados a levar sempre um documento de identidade e depois de certa hora da noite, se apanhados, devíamos nos explicar o que estávamos fazendo na rua. Se não, delegacia e pai tinha que ir buscar e explicar...
Essas considerações iniciais abrem uma reflexão sobre o desalento impotente das nossas autoridades diante do avanço das drogas. “Não tem jeito!”. A força, o poder, a agigantamento da questão fazem com que não se tomem atitudes
Jeito tem! Basta que atitudes enérgicas sejam tomadas.
1. Como lá, na história antiga, uma mão forte obrigando nossos jovens e adolescentes a estarem na escola, como uma tarefa que não pode ser trocada por nada. Se possível num sistema de tempo integral. Chegar de manhã e só sair à noite.
2. Como lá na nossa adolescência em Castelo, baixar um sério “toque de recolher”. Passou daquela hora teria que dar explicações sérias. Se não...
3. Políticas públicas abrindo espaço para a nossa juventude ter esporte, salas de aprendizagem das mais diversas artes
4. Casas de recuperação que não sejam paliativos e mascaramento de recuperação. Recuperação mesmo, para valer. Um ano inteiro de internação, com o tripé sério aplicado a cada dependente: religioso – psicológico e de laborterapia.
Para o médico e vereador do Rio, Paulo Pinheiro (PSol), há um alarde em torno do plano de enfrentamento do crack. "Os governos fazem muito carnaval com relação às políticas públicas. No Rio, não faltam recursos. A Prefeitura gastou mais de R$ 100 milhões em propaganda. Não basta retirar estas crianças da rua. É preciso capacitar e contratar profissionais da área médica, como psicólogos e psiquiatras, para que o tratamento seja feito adequadamente. Se isto não for feito, não vai haver combate nenhum ao crack e a esta medida da Dilma Rousseff vai ser muito ousada no papel e inexistente na prática", destacou o parlamentar.
Nossos bairros infestados pelas drogas devem ser assumidos pelo Conselho Municipal de Combate às Drogas para ações práticas em relação ao combate verdadeiro às drogas. Ações de repressão são inúteis. Será preciso estabelecer em cada bairro um centro onde nossos jovens possam ter oportunidade de preencher o seu tempo com atividades que os retirem do meio da rua (Vide Projeto Villagindo da Irmã Rita). Transformar nossas escolas em escolas de tempo integral (as estaduais e municipais). Incentivar a criação de grupos de auto-ajuda onde os dependentes e familiares possam ter um espaço para colocar em prática os 12 passos (Grupo Esperança Viva, Pastoral da Sobriedade, AA, ...)
A presidente Dilma Rousseff lançou no dia 07 de dezembro de 2011 em Brasília o Plano de Enfrentamento ao Uso do Crack e outras Drogas, uma de suas principais promessas de campanha. O programa, com investimento de 4 bilhões de reais, terá como ações o atendimento ao dependente químico e a seus familiares, o combate ao tráfico de drogas e a prevenção ao uso dessas substâncias. "O crack é um drama, uma tragédia humana que leva a pessoa a se dedicar a uma atividade autodestrutiva', disse a presidente. “Temos de conhecer o que leva as pessoas a buscar a droga, a parte da prevenção é uma ação sobre nós todos – poderes públicos e sociedade civil”.
Dinheiro tem.
Jeito tem.
Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto
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