28/08/2012

22º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Introdução:

A Lei foi estabelecida para que povo pudesse se caracterizar como Povo de Deus. Previa umas poucas coisas a serem observadas: observar o sábado, oferecer alguns sacrifícios, pagar o dízimo e, sobretudo, observar a lealdade (amor e justiça). Mas aos poucos estes simples modos de se comportar foram sendo cercados de tantas minúcias, que quase que ficava impossível observar as leis.  Até hoje a Lei de Deus é simples. Se na verdade a humanidade cumprisse as Leis de Deus, o mundo seria diferente! Basta dar olhada ao redor e ver como as Leis de Deus são desrespeitadas: bastaria observar só o que Jesus pede – “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo” - (cf Mt 22, 36-40), e com certeza, o mundo seria totalmente diferente.

 I Leitura: Dt 4, 1-2.6-8 – Voltar a observar a  Lei de Deus e não a dos homens...

O povo está no exílio. Será preciso uma volta à fonte da Lei dada por Deus. Isto é a característica do povo de Deus. Dentre todos os povos é o único que tem uma Lei dada pelo próprio Deus. As outras leis são humanas! Mais tarde muita coisa foi acrescentada a lei – dificultado o cumprimento dela. Ao colocar num mesmo plano todos os preceitos, religiosos e morais, civis e cultuais, com sutilezas casuísticas, seguir a Lei terminava por carregar um jugo por demais pesado e a Lei se tornava uma cadeia de escravidão. Ao invés de libertar, escravizava!

 

 

II Leitura: Tg 1, 17-18.21b-22.27– A verdadeira Lei.

Temos aqui um dos pontos centrais do NT: o culto que se pede aos cristãos não se resume em cerimônias ou em saber fórmulas de cor. O verdadeiro culto é a entrega de si mesmo a Deus para viver a justiça na prática. Não difamar o próximo (língua); socorrer e defender os pobres e marginalizados (órfão e viúva) e não se comprometer  com a estrutura injusta da sociedade (corrupção do mundo).

Evangelho: Mc 7, 1-8.14-15.21-23–  Lei de Deus X Lei dos Homens

O texto reúne diversas sentenças de Jesus, numa polêmica entre “puro e impuro”, tocando também na relação entre os Mandamentos de Deus e as tradições humanas (“dos antigos”).  Jesus mostra como certas interpretações humanas sufocam a vontade de Deus. Falando assim, Jesus insere-se na tradição dos profetas que olham o interior da pessoa e não para as práticas meramente exteriores e formais. Religião é muito mais do que ir à Igreja, participar de um grupo, ter uma fita ou cordão pendurado no pescoço! Jesus vem suprimir as falsas tradições, que hoje de uma maneira sutil estão entrando de novo na Igreja (moralismo, legalismo tradicionalismo...). Jesus vem trazer uma nova moralidade: nada de hipocrisia! (ver a lista dos treze vícios – cf v 21 e 22) uma espécie de síntese de tudo o que de ruim o ser humano é capaz de fazer contra si próprio e contra os outros.

 Reflexão.

1. Temos consciência de que somos o Povo de Deus?

2. Na prática, como estamos vivendo nossa religião?

3. Nossa fé esta em sintonia com a nossa vida?

 Dinâmica:

Fazer o Ato Penitencial em cima da Lista dos treze vícios  de Mc 7, 21-22

 

 

 

21/08/2012

21º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Introdução:

Nos dias de hoje parece que fica fácil ser religioso. Basta ter Deus no coração e fazer uma mistura de credos e religiões e a consciência fica calma. Queremos viver nossa vidinha sem se comprometer com nada, ou preferimos um caminho religioso próprio, individualista. O cristianismo parece ser difícil de ser seguido. Sacrifício, cruz, renúncias. Jesus não nos engana. Não amacia nem adoça as propostas. Muitos não têm força para aceita-lo e vão embora. Parece que o que se pede é demais! Mas é preciso fazer uma opção: “Tu tens palavras de vida eterna. A quem iremos?” Daí a necessidade da conversão pessoal e das estruturas. João Paulo II escreveu um livro chamado “Sinal de Contradição” (cf Lc2, 34), mostrando bem que devemos ser discípulos convictos, dispostos a seguir Jesus até a cruz. Não podemos buscar Deus apenas para satisfazer nossas necessidades e submetê-lo à nossa vontade!

 I Leitura: Js 24, 1-2a.15-17 – Serviremos ao Senhor.

De posse da terra, o povo tem de fazer uma opção: Deus ou os ídolos. O povo, portanto, é colocado diante de uma decisão que deverá mudar os rumos da história e da sociedade. Deixar os ídolos é abandonar um sistema social injusto - a fim de não cair de novo na escravidão - para aderir ao Senhor, o Deus da vida e da liberdade, construindo uma sociedade de acordo com seu projeto. Não há meio termo: ou se cria uma sociedade justa e fraterna, onde todos possam gozar a vida e a liberdade, ou se volta a repetir um sistema social onde o povo é reduzido à escravidão e à morte.


II Leitura: Ef 5, 21-32 – Mistério grande!

São Paulo mostra como deve ser a vida em família. Algumas coisas podem até ser questionáveis, devido à cultura da época. Mas Paulo imprime um caráter cristão às relações familiares, transformando-as em sinal, sacramento: o princípio orientador é sempre a conduta de Cristo, aqui em relação com sua Igreja. Viver esta proposta, muitas vezes é difícil. Mas a vida conjugal é construída sempre na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...
 

Evangelho: Jo 6, 60-69 – A quem iremos nós?

A linguagem é dura, não só pelas suas implicações teológicas, mas, sobretudo pelas conseqüências: Aceitar um Deus-Homem, (carne), não realiza os anseios de um Messias político. Jesus é o Filho de Deus que se encarnou para dar a vida aos homens, isto é, para viver em favor dos homens. Ele se oferece em favor dos homens, dando sua própria vida (carne e sangue). Comungar é assumir este compromisso de também se doar. Um Deus que nos alimenta, para que cheios de coragem e esperança retomemos nosso caminho e encorajemos outros a se encherem também de coragem e esperança. Como Pedro devemos também professar a nossa fé, não só por palavras, mas com nosso testemunho: “A quem iremos Senhor? Só Tu tens palavras de vida eterna.”



Reflexão.

1. Estamos criando uma sociedade nova?

2. Como está a vida familiar’

3. Nossa fé esta em sintonia com a nossa vida?


Dinâmica:

Escrever e distribuir para o povo no final da celebração: “A quem iremos Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.


15/08/2012

ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

Introdução:

No dia 1º de Novembro de 1950, Pio XII declarou como verdade infalível de nossa fé, que Maria “a Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste”. Celebramos hoje esta festa, que declara Maria já assumindo a condição de resgatada para junto de Deus, como seu Filho. As correntes de pensamento que se dividem entre a sua possível morte ou a sua simples arrebatação, já na velhice, sem experimentar as sombras da morte não são contempladas pela declaração papal. Para a Igreja importa é que Maria já está junto de Deus, destino que cada um de nós deve procurar, assumindo o que Maria assumiu aqui, enquanto personagem de nossa história: o projeto de Deus, se colocando totalmente disponível a Ele. Para Maria, Assunção significa o definitivo reencontro entre a Mãe e o Filho. Para nós, significa a concretização  do nosso próprio destino futuro.

  I Leitura: Ap 11, 19 a; 12, 1.3-6 a. 10ab – Vencer os dragões de ontem e de hoje...

A figura da mulher é a figura da vida. A figura do dragão é a figura da morte. A mulher, para o redator, sem dúvida é a Igreja que vence as tribulações e perseguições de seu início. O dragão, sem dúvida, é sinal de todos os desafios que queriam impedir o avanço do Reino. A tradição junta à figura desta mulher a pessoa de Maria, que vence o dragão e assume o projeto de Deus. Nós hoje somos chamados a enfrentar os desafios e assumir o Reino, para também alcançar o que Maria alcançou.

II Leitura: 1 Cor 15, 20-27a – Ressuscitada com o Ressuscitado!

São Paulo discorre sobre a ressurreição de um modo apaixonado. Prova que pela morte vem a vida. Uma transformação gloriosa, descrita por Paulo, de uma maneira não científica, mas que entra na dimensão da fé: um corpo glorioso, semelhante ao corpo do Ressuscitado. Maria antecipa esta transformação é já está glorificada junto de seu Filho, no céu. Um aceno para todos nós nos chamando a participar também desta glorificação!

Evangelho: Lc 1, 39-56 – Cantar as belezas da vida...

O cântico de Maria é o cantar das maravilhas que Deus realizou, realiza e vai realizar. O mistério da presença de Deus na nossa história traz a segurança de que não estamos sozinhos. Caminhar com Ele é ter certeza que os excluídos, os fracos, os famintos terão vez e voz. A jovem que cantou estas maravilhas concretiza este sonho de todos nós é já recebeu a recompensa definitiva: já está junto de Deus em corpo e alma.



Reflexão.

1. Como enfrentamos os desafios e contra valores que querem destruir o Reino?

2. Já procuramos viver uma vida de ressuscitados?

3. A Assunção de Maria tem que significado para nós?

 Dinâmica:

Enquanto se proclama o Evangelho, entrar com uma imagem de Maria, com flores, velas, bandeirinhas.



07/08/2012

19º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Introdução:

A cada vez que pensamos que os problemas vão ser solucionados, as coisas tomam outro rumo. Sobre nós se abate o cansaço, o desânimo e a depressão. Diante dos problemas, fugimos, buscamos refúgio no religioso, ou mesmo apelamos para os extremos: a morte! A proliferação das seitas (Nova Era, esoterismo, magia, anjos, vidas passadas, seitas orientais,..) e a demanda do sagrado demonstram nossas inseguranças. Há uma crise institucional (miséria, doença, desemprego,...) e pessoal: a vida passa a não ter sentido. Mas Deus tem uma resposta para isto tudo: está conosco! Ele é a vida. Não quer a morte. Ele é o nosso alimento, nossa esperança, nossa força. Quando, sobretudo na Eucaristia, nos unimos para celebrar a Páscoa da Ressurreição, recordamos que o nosso Deus é o Deus da vida que sustenta nossa caminhada, que diante das piores crises Ele é o Pão da Vida!


 I Leitura: 1Rs 19, 4-8 – Deus está com seu Profeta.

Elias foge. Perseguido, vai sentir na carne o desespero da fragilidade humana. Pede até a morte. Mas Deus tem para ele um projeto: voltar às origens, ao Monte da Lei e resgatar o sentido do Deus que caminha com seu povo. Dá a ele o alimento necessário, como o fez com o povo que murmurava no deserto. Com o pão e a água, símbolos do antigo êxodo, Elias realiza um novo êxodo e chega ao Monte da Aliança. A partir daí tem forças para reorganizar a sociedade. Volta cheio de coragem.



II Leitura: Ef 4, 30-5,2 – Novo jeito de sermos Igreja...

São Paulo mostra como deve ser nossa vida em Comunidade. Faz uma lista dos erros freqüentes que acontecem e outra lista das coisas positivas que devem acontecer. Diante das dificuldades a Comunidade deve procurar o sustento nas coisas positivas que devem ser assumidas como modo de convivência entre as pessoas. Vivendo assim, nossas vidas e nossas Comunidades serão diferentes e vai valer a pena viver em Comunidade.

 Evangelho: Jo 6, 41-51 – Pão da vida.

Jesus se apresenta como aquele que veio de Deus para dar a vida definitiva aos homens. Seus adversários não admitem que um homem possa ter origem divina e, portanto dar a vida definitiva. Mas Jesus é o Filho de Deus que se encarnou para dar a vida aos homens, isto é, par viver em favor dos homens. Ele se oferece em favor dos homens, dando sua própria vida (carne e sangue). Comungar é assumir este compromisso de também se doar. Um Deus que nos alimenta, para que cheios de coragem e esperança retomemos nosso caminho e encorajemos outros a se encherem também de coragem e esperança.


Reflexão.

1. Como enfrentamos as dificuldades?

2. Como está nossa Comunidade?

3. A Eucaristia é para nós fonte de coragem e esperança?
 

Dinâmica:

Trazer pães que possam ser repartidos no final da celebração


MÊS DAS VOCAÇÕES 2012

Quando se aproxima agosto, o “Mês Vocacional”, surge a pergunta: o que podemos fazer para dinamizá-lo? A proposta deve ser que justamente neste mês todas as comunidades possam perceber a importância da identidade e da missão vocacional de cada um de nós e, com isto, possam trabalhar com afinco a “vocacionalização” durante o restante do ano. A missão da Pastoral Vocacional / Serviço de Animação Vocacional (PV/SAV) se exprime em quatro verbos: despertar, discernir, cultivar e acompanhar a vocação cristã e as vocações específicas a serviço da comunidade eclesial. É em vista disso que estas sugestões foram preparadas. Assim, durante o “Mês Vocacional”se aprofunda a consciência da responsabilidade de todos com esta união para que ela possa ser vivenciada com entusiasmo ao longo do ano. Na medida, do possível, todas as comunidades deveriam se envolver na dimensão vocacional. Por isso o planejamento e a execução das atividades serão eficazes quanto mais houver a participação de todos. Há algumas orientações práticas para iluminar nossos trabalhos:
Antes, o “Mês Vocacional” era tido como celebração a partir das seguintes referências:

1º Domingo: Dia do Padre;

2º Domingo: Dia dos Pais;

3º Domingo: Dia das Religiosas (os);

4º Domingo: Dias das (os) Catequistas.

Com a indicação da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CMOVC/CNBB), reelabora-se esta distribuição nos domingos, ampliando a dimensão eclesiológica da vocação. Ficou assim estabelecido:

1º Domingo celebramos a Vocação dos Ministros Ordenado (Bispos, Padres e Diáconos);

2º Domingo celebramos a Vocação da Vida Familiar (em sintonia com a Semana Nacional da Família);

3º Domingo celebramos a Vocação da Vida Consagrada (religiosas, religiosos, leigos e leigas consagradas);

4º Domingo celebramos a Vocação dos Ministros não Ordenados (todos os cristãos leigos e leigas);

A CMOVC, neste ano de 2012, também nos ajuda com um Tema e um lema que nos auxiliam, iluminado nossas ações. O tema escolhido foi “Chamados (as) à Vida Plena em Cristo”. Com o Lema: “Eis que faço novas todas as coisas”. (Ap 21,5). Tenhamos um mês de agosto bem animado, dinâmico, forte na oração e nas atitudes vocacionais. Pleno de criatividade e que nos faça corresponder, com força e dignidade, ao chamamento que o Senhor nos dirige.

18º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Introdução:

Somos imediatistas. A liturgia da palavra de hoje nos permite, mais uma vez, pensar na questão do imediatismo, presente em muitas iniciativas tanto das Igrejas quanto de outras instituições. Queremos resultados imediatos, conseguidos de preferência pelas vias mais fáceis e cômodas. Andamos à cata de milagres e prodígios. O maravilhoso nos atrai e os pequenos sinais de Deus passam despercebidos, porque nada têm de espetacular. Num primeiro momento, nada significam. Com o tempo vão se mostrando eficazes e duradouros. Só depois descobrimos que o dedo de Deus agia dentro de nós e de nossas ações! A paciência, a fé, a esperança são virtudes de quem caminha e constrói. Não podemos querer tudo prontinho, sem esforço de nossa parte.

  I Leitura: Ex 16, 2-4.12-15 – Pão do céu.

Dois fenômenos naturais (a migração das codornizes e a resina da tamareira) são usados por Deus para saciar a fome do povo no deserto. Aos olhos da fé estes fenômenos são a intervenção de Deus junto ao seu povo, para que não caiam na tentação da volta à escravidão: o povo não aceita a precariedade do deserto, desestimula o projeto de liberdade e considera normal a escravidão do Egito só porque havia relativa fartura de comida. "Escravos, sim, mas de barriga cheia". "Deus dando saúde, o resto a gente se vira!", pensam muitos hoje em dia.


II Leitura: Ef 4, 17.20-24 - Tudo novo!

São Paulo insiste na mudança: renunciar ao passado e assumir o homem novo. Novas criaturas. Não mais a escravidão, mas a liberdade. Não mais o pecado, mas a graça. Cristo é este homem novo. Devemos despir-nos do homem velho, sem autenticidade e assumir Jesus em nossas vidas: Ele sim vive para sempre e quer de nós criaturas livres e santas.


Evangelho: Jo 6, 24-35 –  Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!

Fica fácil seguir um Jesus que multiplica o pão. Todos correm atrás d’Ele. Não será preciso fazer mais nada: é só pedir que, num passe de mágica, resolve os problemas do povo. Todos teriam comida na boca na hora que precisassem! Ninguém precisaria mais trabalhar, suar, dar duro. Ele resolveria tudo. Ficam na superficialidade. Mas é preciso passar do imediatismo para a realidade: Jesus sacia a fome do povo para apontar para algo mais profundo - Ele é o alimento verdadeiro – saciando a fome que há no coração da humanidade, dando a todos paciência, fé e esperança.


Reflexão.

1. Como vemos os sinais da história?

2. Estamos assumindo ser novas criaturas?

3. Somos imediatistas, à cata de milagres?



Dinâmica:

Ler o texto sobre  o Mês das vocações: