03/09/2010

PROPOSTA RADICAL. - XXIII º DOMINGO DO TEMPO COMUM

1. Introdução.
Nosso encontro com o ressuscitado, neste Domingo, nos leva a fazer uma escolha radical. Jesus aponta opções sérias para a nossa vida. Não podemos levar uma “vidinha” tranqüila, ao nosso modo, mas fazer opções radicais em relação às escolhas para a construção do reino. Iniciando o mês da Bíblia, diante de nós está Jonas. Popularmente todos conhecem a história de Jonas, sobretudo aquela historinha de ter sido engolido por um grande peixe e ter ficado três dias na barriga dele para ser vomitado na praia depois. Mas a historinha tem, sobretudo, duas lições importantes para nós: fazer a experiência da misericórdia de Deus e assumir um compromisso sério com a Pastoral da Cidade segundo a ordem dada a Jonas e a nós: “Levanta-te e vai à grande cidade” (Jn 1,2).

2. A sabedoria de Deus. “Quem pode conhecer os desígnios do Senhor!” (Sb 9, 13)
Humanamente falando ninguém é capaz de descobrir a verdadeira Sabedoria. Fazemos nossas escolhas, mas muitas das vezes, voltados para os nossos projetos. Deus se mostra a nós. E de uma maneira singular se mostra em Jesus. A religião revelada, a verdadeira sabedoria é a que nos faz ter um encontro com Jesus.

3. Não mais escravos, mas livres. “Recebe-o, não mais como escravo, mas como um irmão querido.” (Fl v15).
Paulo entende que agora é necessário vigorar uma nova compreensão das relações. O escravo Onésimo, mais que um ser humano, agora é cristão. Filemon, seu patrão, deve acolhê-lo agora como um irmão. Foi muito difícil compreender essa nova relação. A escravidão foi uma chaga difícil de ser curada. Ainda hoje quantas são as situações de escravidão que predominam?

4. Proposta radical. “Qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14, 33).
As propostas de Jesus sempre são radicais. Nada pela metade. Não mais laços sanguíneos. Tomar a cruz e caminhar atrás são propostas para assumir um projeto que é Dele. Para isso é preciso calcular o risco. Não se pode começar e desistir depois. Como numa construção ou como numa guerra. Estamos em processo de construção. Construção do Reino. Estamos numa guerra. Os enfrentamentos são perigosos. Renúncia. Chegar a alcançar aquilo que Paulo proclamava: “Já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20). Os santos entenderam essa radicalidade.

5. Conclusão
O fato de ser cristão hoje exige radicalidade. Renúncia. A proposta não é a nossa, mas a de Deus. A grande Sabedoria, revelada, que se chama Jesus. Com todas as suas conseqüências. Seguí-lo não é fácil. Ele fala de renunciar os laços humanos, assumir a cruz, seguir seus passos. Sabemos bem onde isso tudo vai dar: em Jerusalém, na cruz. São esses passos que Ele pede de nós. Com coragem ira à grande cidade, apresentar a proposta de Deus, com o risco de ser crucificado. Não podemos fazer igual a Jonas: fugir. Ao contrario, abrir-se ao chamado e dizer: Eis-me aqui Senhor...

Fonte: Mons. Antonio Romulo Zagotto
catedral@dci.org.br

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