Em nossas visitas nos Regionais refletimos a passagem de Mc. 6, 34-44 como iluminação para o agir pastoral. Este texto do Mons. Romulo é pertinente ao tema e muito lindo, nos ajuda a aprofundar na reflexão.
Não sei se alguém já contou a história dele. Mas imaginei que ele era de uma família muito pobre. Penso que seu pai já havia falecido há muito tempo. Sua mãe viúva já não tinha mais como sustentá-lo. As últimas reservas que tinha na despensa era farinha de cevada, usada no lugar do trigo, pelas classes mais pobres. Nem trigo tinha. E dois peixes salgados. O menino botou na cabeça que precisava sair daquela situação de penúria. A mãe arrumou o seu embornal com os cinco pães que fizera e os dois peixes salgados. E ele encontrou uma multidão que acompanhava Jesus. Nem sabia direito para onde iam. Mas foi seguindo. Deserto adentro. Ele ouviu Jesus dizer: “Tenho compaixão desse povo. São como ovelhas sem pastor!” A fome começou a apertar. E ele guardava com cuidado a sua matula. Os outros já estavam de olho comprido no seu embornal. Jesus mandou o povo sentar. Era uma multidão. Cinco mil homens! Imagine: nem contaram as mulheres e as crianças. Imagine quantas mulheres! Mulher gosta dessas coisas. Ainda hoje. Nossas igrejas têm mais mulheres do que homens... Imagine que multidão! E o menino guardando com cuidado seu embornal. Quase o escondia. De repente chega perto dele André. Bota medo. Um homem bronco, pescador, parecido com Pedro. Intimida o menino. Gritando: “Senhor tem um menino aqui com cinco pães e dois peixes.” Pronto! Foi descoberto. E agora? Será que vai entregar sua última refeição? E depois? “Vou dar o pouco que tenho para esse Jesus? E se ele pegar para si e nem me der um pedacinho? Vou morrer de fome?” Timidamente apanha o seu embornal e o entrega a André. Ainda meio desconfiado. Mas entrega. E então ele vê o milagre acontecer. Percebe que mais gente tinha embornal escondido. E se encorajam com o gesto do menino e correm para colocar tudo aos pés de Jesus. E os pães e os peixes se multiplicam. A fartura é tanta que sobram doze cestos cheios. Da generosidade do menino. Do pouco que tinha. Da comida pobre que sua mãe lhe preparara. Imagino que ele ficou encantado com aquele fato. Marcou a sua vida. E continuou a seguir a Jesus. Você com certeza também tem cinco pães e dois peixes. Que tal entregá-los a Jesus? E o milagre vai acontecer.
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Um comentário:
Boa palavra
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