30/10/2012

31º DOMINGO DO TEMPO COMUM – TODOS OS SANTOS

 
Introdução:

Na festa de hoje olhamos para os nossos irmãos e irmãs que já alcançaram a contemplação definitiva de Deus. Estão como dizemos, no céu. Mas olhamos para cada um de nós que deve constantemente buscar esta santidade. Os santos e santas de ontem são um apelo para que nós, os santos e santas de hoje demos um testemunho constante de vida de santidade. Deus é santo. E o apelo dele é justamente este: Sede santos pois Eu sou santo (cf. Lv 11,45). Buscar a santidade não é algo de extraordinário, fazer milagres, produzir coisas fantásticas... Os grandes santos fizeram as coisas ordinárias de um modo extraordinário. Deus nos torna filhos e filhas: já temos a vida dele em nós. Basta conservar esta vida da graça para sermos santos. Mas os desafios são inumeráveis: devemos enfrentar as perseguições, os dragões, as tentações... Mas temos as armas: a Palavra de Deus, a Eucaristia, os Sacramentos, a vida em Comunidade....

 I Leitura: Ap 7,2-4-9.14 – João viu o número...

A marca na fronte é o sinal da salvação e da pertença a Deus. O número 144.000 (12x12x1.000) é o número total e perfeito. A salvação está aberta a todos (todas as nações, tribos, raças e línguas) A veste branca lembra a pertença ao novo povo (batismo) e as palmas, o enfrentamento dos desafios. Ser santo é pertencer aos assinalados, sem distinção de raça ou status e fazer parte dos que enfrentam os desafios para que o Reino aconteça.

 II Leitura: 1Jo 3, 1-3 – Filhos do Santo.

Muitos de nós desconhecemos esta grande dignidade: somos filhos e filhas de Deus. O Batismo abre para nós esta porta e a partir daí devemos manter esta dignidade, custe o que custar. A semelhança plena se dará quando Cristo se manifestar na sua glória. Mas desde agora devemos viver esta dignidade. Não esperar ser santo depois...

Evangelho: Mt 5, 1-12a -Bem-aventurados...

Os valores são totalmente invertidos. Só os santos entenderam a realidade das bem-aventuranças. Parece uma utopia dizer que bem-aventurados são os pobres, os perseguidos, os que choram, os que são puros... A sociedade hoje elege outros valores. Mas a verdadeira santidade está em buscar e em viver as bem-aventuranças. Isto custou a vida de Jesus e custou a vida de muitos santos e santas. Se quisermos ser santos e um mundo novo devemos praticar as bem-aventuranças.

Reflexão.

1. Estamos buscando a santidade, apesar dos desafios?

2. Como estamos vivendo o nosso Batismo?

3. As Bem-aventuranças são sonho ou realidade?

 Dinâmica:

Entrar com imagens de vários santos de ontem e de hoje, na procissão de entrada.

FINADOS: COMEMORAÇÃO DE TODOS OS FIÉIS DEFUNTOS

Introdução: A morte permanece para a humanidade como um mistério profundo. Mistério também cercado de respeito pelos que não crêem.  Para o cristão não é um fim do caminho, mas o começo. Este dia, marcado pelas orações, coloca diante de nós símbolos muito expressivos: a vela acesa recorda a ressurreição; as flores, todo o sentido da vida... Podemos fazer alguma coisa pelos mortos? A oração pelos defuntos é uma tradição da Igreja. De fato, subsiste no homem, também quando morre em estado de graça, muita imperfeição, muita coisa a ser mudada, purificada do antigo egoísmo! Tudo isso acontece na morte. Morrer significa morrer também ao mal. É o batismo de morte com Cristo, no qual encontra acabamento o batismo de água.  Esta morte vista pelo outro lado - assim crê a Igreja – pode ser uma purificação, a definitiva e total volta à luz de Deus. Quanto tempo durará? Isto está fora do nosso tempo. Não podemos determinar tempo nem lugar. Mas, partindo do nosso ponto de vista humano, há um tempo, durante o qual consideramos alguém como "morto" e o ajudamos com nossa oração. De quantos meses ou anos se trata, ninguém pode dizê-lo. O importante é crer na vida. E vida de ressuscitados.

Primeira Leitura: Jó 19, 1.23-27a – Ele está vivo!

Jó, embora mergulhado na dor, proclama sua esperança em Deus. Deus está ao seu lado e tem certeza, que na vida e na morte será seu defensor e vingador. A tradição vê  neste texto um ato de fé de Jó na ressurreição. Saber que o nosso Redentor está vivo deve nos impulsionar a viver buscando sempre a vida e ter a certeza que viveremos com Ele.  

Segunda Leitura: Rm 5, 5-11- Povo de ressuscitados...

A grande demonstração do amor de Deus é de ter dado a sua vida por nós quando ainda éramos pecadores. Devido a isso temos a esperança de que seremos salvos, pois já fomos reconciliados. A morte-ressurreição de Jesus é esta garantia: devemos caminhar em meio aos desafios, cheios de fé e esperança. Ele ressuscitou, nós vamos ressuscitar com Ele.

 Evangelho: Jo 6, 37-40 – Ver e crer para ter vida.

Jesus é o que veio de Deus para dar a vida definitiva aos homens. Ele vai nos ressuscitar no último dia. A ressurreição é o centro de nossa fé. Paulo insiste que se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa fé. Mas não bastam teorias (só ver), é preciso crer (atitudes dinâmicas).

Reflexão.

1. Apesar dos desafios, mantemos viva a nossa fé na ressurreição?

2. Somos uma Comunidade viva, alegre, festiva?

3. Em que ou em quem depositamos nossa fé?

 Dinâmica:

Um jovem caracterizado de Cristo ressuscitado distribui um papel onde está escrito: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim terá a vida eterna.” (Jo 11, 25-26)

 

 

25/10/2012

30º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Introdução:

A cada Domingo nos reunimos para celebrar a Eucaristia. Todos somos chamados a participar da Ceia do Senhor. Mas opção de toda a Comunidade deve ser para aqueles por quem o próprio Jesus fez opção: os cegos, os aleijados e indefesos, porque Deus os tem como filhos primogênitos, os organiza, os reúne e os reconduz à vida. Celebrar a Eucaristia é  pois optar por aqueles que estão à margem, os excluídos. Esta é também a opção da Igreja. Este é o momento de professar a fé, abrir os olhos, romper com a sociedade que marginaliza, para seguir Jesus, construindo assim uma sociedade justa e fraterna. Este caminho não é fácil. Muitas vezes somos tentados a pedir um primeiro lugar no poder, pensando no projeto do reino como um projeto político apenas. Mas o reino não tem limites. Será preciso curar nossa cegueira para sermos seguidores.

I Leitura: Jr 31, 7-9 – Javé o Pai dos pobres, do povo sofredor...

Jeremias explode de alegria e felicidade quando fala da volta dos exilados.  O próprio Deus se encarrega de reunir e organizar o povo sofrido, trazendo-o de volta à sua pátria. Quem ele reúne, organiza e reconduz? Aqueles que estão na miséria, sofredores e fracos, marginalizados e indefesos, porque estes é que são o povo de Deus, os que ele privilegia e liberta. No meio de toda a multidão que retoma, esses são os únicos lembrados. Eles sintetizam os sofredores e marginalizados do povo (cegos e aleijados), os indefesos e que precisam de amparo. Mas há esperança de vida (mulheres grávidas e que amamentam)

 II Leitura: Hb 5, 1-6 – Sumo e eterno servidor.

Jesus é o sacerdote solidário para com a humanidade. Assumiu nossa natureza humana,  em tudo – menos no pecado, e nos deu condições para que possamos nos apresentar diante de Deus cheios de graça. Ele é o sacerdote por excelência. Sua linhagem de origem desconhecida supera todas as linhagens sacerdotais. Jesus é o único mediador entre Deus e a humanidade, pois sua morte é o sacrifício que apaga nossos pecados e nos aproxima, de modo extraordinário e único, de Deus.

 Evangelho: Mc 10, 46- 52 – Olhos abertos.

O milagre proposto pelo evangelho de hoje, realizado próximo à paixão e colocado junto à incompreensão dos apóstolos, nos ajuda a entender quem está apto para seguir Jesus. Só na fé é possível ver claramente e seguir a Jesus no caminho que leva a salvar a vida, perdendo-a. Os gestos do cego são lições para quem deseja ser seguidor: gritar (profissão de fé); jogar o manto (ruptura com o passado – roupa nova); dar um pulo (sair da condição de comodismo); seguir Jesus (assumir o caminho até à cruz).

 Reflexão.

1. O que temos feito para devolver a vida aos que dela foram privados?

2. Como assumimos nosso sacerdócio comum, recebido no batismo?

3. Temos nossos olhos abertos para enxergar a realidade e nos comprometer?

 Dinâmica:

Na hora da Profissão de Fé, trazer o Círio Pascal e todos acendam velas nele e fazer a renovação das Promessas Batismais, como na Vigília Pascal. Lembrar o Ano da Fé (perguntas e respostas).

 

17/10/2012

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM


 
Introdução:

Neste Domingo a Palavra de Deus nos ajuda a entender como deve ser a postura do cristão no dia-a-dia: ser um servo. Entender que a marca registrada do cristão é estar a serviço, muda a maneira de ser da humanidade. Nossas relações seriam diferentes se entendêssemos a necessidade de um estar a serviço do outro. Isto vale tanto para o relacionamento dentro da família como no relacionamento na sociedade. Não tem razão de ser manipular, marginalizar e oprimir as pessoas. Devemos estar a serviço uns dos outros, construindo uma sociedade de servidores. Mas para entender isto é preciso uma mudança radical no nosso modo de entender a proposta de Deus. O exemplo de Jesus nos aponta como exercer nossos ministérios, nossos cargos, nossas lideranças. Fomos chamados a servir e não ser servidos. Há necessidade de conversão de nossa parte se quisermos que o Reino aconteça.

I Leitura: Is 53, 10-11 – Quem pode mais serve mais...

Esta primeira leitura faz parte do 4º Cântico do Servo de Javé. Este personagem, a princípio tomado como uma pessoa foi aplicado a todo o povo pobre e fiel, que no seu sofrimento mereceu ser redimido. É do sofrimento, do ser servo que brota uma condição nova para todos: parece que a humanidade precisa primeiro saciar a sua sede de sangue, para depois entender a necessidade de viver a paz. Parece que precisamos de vítimas da injustiça social para depois se implantar a justiça. Mas uma certeza prevalece. Do sofrimento brota a esperança de se criar uma condição nova para a humanidade. Da morte brota a vida!

II Leitura: Hb 4, 14-16 – Sumo e eterno servidor.

Jesus é o sacerdote solidário para com a humanidade. Assumiu nossa natureza humana, em tudo – menos no pecado, e nos deu condições para que possamos nos apresentar diante de Deus cheios de graça. Mas para isso tornou-se um igual a nós. No seu aniquilamento, tornou-se o servo da humanidade inteira, assumindo a cruz como lugar de resgate de todos.  Tornou-se último, servo de todos.

 Evangelho: Mc 10, 35-45 – Servindo dando a vida.

Jesus anuncia que vai assumir sua caminhada até a cruz. Os discípulos pensam que será o momento em que vai se proclamar rei e vencedor político. Querem um cargo. Querem poder. Jesus corta a maneira humana deles pensarem pela raiz. O jeito é outro. A maneira é outra. “Mas entre vós não deve ser assim: quem quiser ser grande seja o vosso servo, quem quiser ser o primeiro, seja escravo de todos”. Uma séria lição para aqueles que estão no poder político, religioso e social! Jesus mostra que na nova sociedade os valores não são a riqueza e o poder, mas o serviço sem pretensões e interesses.

 Reflexão.

1. Como lutamos contra a opressão, a escravidão e a ganância?

2. Também estamos sendo servos-solidários?

3. Acreditamos nessa maneira nova de se viver em Comunidade e na Sociedade?

 Dinâmica:

·       Durante a leitura do Evangelho trazer uma cruz grande e depois da homilia fazer diante dela a profissão de fé (Lembrar o Ano da Fé).


·       Lembrar a coleta do Mês Missionário

 

 

 

09/10/2012

28º DOMINGO DO TEMPO COMUM


Introdução:

Neste Domingo a Palavra de Deus nos ajuda a entender um pouco mais o verdadeiro significado da mensagem do Reino, anunciado por Jesus, em relação aos bens materiais. Na nossa cultura do TER as propostas de Jesus parecem até desumanas. A radicalidade que ele exige nos assusta! Os bens, a riqueza, o dinheiro não são maus em si.  Tornam-se maus quando são absolutizados e colocados no lugar de Deus. Os bens, a riqueza, o dinheiro devem estar a serviço do homem e não o homem a serviço dos bens... Sabemos quanta injustiça e iniqüidade se comete quando, na ganância, se procura acumular e conquistar riquezas. A pobreza não significa “não ter nada”, mas comprometer-se com os pobres, especialmente com os excluídos e marginalizados, a quem nossa sociedade não dá condições de se organizar, defender-se e libertar-se. Os princípios do bem comum, da solidariedade, da partilha e da justiça social, iluminados pelas propostas do Reino irão construir um novo modo de organizar nossa sociedade e criar condições de vida e dignidade para todos. A Palavra de Deus é exigente e deve provocar em nós conversão.

 I Leitura: Sb 7, 7-11 – A maior riqueza é a pobreza.

Nossa sociedade hoje endeusa o poder, a riqueza, a beleza exterior, criando até a ditadura das medidas físicas ideais... Tudo isso gera dependência, tornando as pessoas gananciosas e opressoras. O texto nos ajudar a buscar a Sabedoria e por meio dela perceber que poder, riqueza e beleza devem estar a serviço e não nos escravizar. Tudo passa, menos a Sabedoria.

 

II Leitura: Hb 4, 12-13 - A força da Palavra.


O texto pretende motivar os que estão desanimados por causa das perseguições e dificuldades surgidas em vista do testemunho e da construção da sociedade justa e fraterna. A Palavra de Deus, o próprio Jesus, promessa de vitória, está junto dos que lutam pelo mundo novo. Ele e sua Palavra têm força para demolir, desnudar, desarmar e destruir as sementes de injustiça que tornam nossa sociedade cada dia mais opressora.


Evangelho: Mc 10, 17-30 – O tesouro maior.

Um drama em três atos. No primeiro ato (vrs 17-22), um novo discípulo deixa de seguir a Jesus, pois tem nas riquezas seu bem maior. Não é capaz de dar o salto necessário do desapego e assumir o seguimento. No segundo ato (vrs 23-27) o exagero da metáfora do camelo e do buraco da agulha, dá a verdadeira dimensão da necessária conversão em relação aos bens deste mundo. No terceiro ato (vrs 28-30) se descreve a possibilidade de se criar uma condição nova onde tudo é de todos (cem vezes mais) e a participação no Reino definitivo, que é a maior riqueza que devemos almejar.

 Reflexão.

1. Como estamos defendendo os valores do Reino?

2. Como está nossa solidariedade e nossa partilha?

3. Estamos nos amoldando ao projeto e seguimento de Jesus?

 Dinâmica:

Apresentar nossas Pastorais Sociais e onde não existir fazer o apelo para se organizarem.

 

 

03/10/2012

27º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Introdução:

Neste Domingo a Palavra de Deus nos ajuda a entender um pouco mais o verdadeiro significado do amor entre marido e mulher, a delicada questão da fidelidade conjugal, hoje colocada na berlinda, e, sobretudo o significado do casamento ser sinal (sacramento) do amor de Deus (aliança de Deus para com a humanidade) e do amor de Cristo para com a sua Igreja (“Este sinal é grande, e o digo em relação a Cristo e sua Igreja...” – Ef 5, 32). Ser uma só carne é a proposta de Deus. Esta unidade faz com que o matrimônio cristão tenha características próprias: amor-doação, fidelidade e vínculo indissolúvel. Viver o sentido pleno do matrimônio, nos dias de hoje, requer uma busca constante desses valores, pois a sociedade aponta para outros caminhos: amor-egoísta, adultério e união superficial e passageira – “eterno enquanto dure”. O resgate dos valores matrimoniais deve ser um empenho de todos, sobretudo das famílias cristãs, para que o casamento seja de verdade sinal de amor, fidelidade e indissolubilidade.

 I Leitura: Gn 2, 18-24 – Uma só carne...

A poesia do texto nos ajuda a compreender o que Deus quer da humanidade: não pode ser solitária, egoísta... Sem o outro somos incompletos e inacabados. A primeira parte (vrs 18-20) mostra o desejo de Deus: “Não é bom que o homem esteja só.” A segunda parte (vrs 21-23) mostra como homem e mulher se completam: estar ao lado, caminha juntos, ser companheiros... A terceira parte (vr 24) mostra a força do amor.

 II Leitura: Hb 2, 9-11 – Solidariedade.

Encarnando-se Jesus torna-se solidário irmão solidário da humanidade e assume todos os problemas dela, chegando a entregar-se à morte para introduzir os homens no reino da vida. O texto nos ajuda a perceber como Deus ama. Assim deve ser o amor entre aqueles que assumem o casamento: total entrega, não querendo para si, mas buscando o bem do outro.

 Evangelho: Mc 10, 2-16 – O que Deus uniu... O que Deus incluiu...

O texto tem dois tempos. O primeiro (vrs 2-11) Jesus faz a defesa do matrimônio. Retoma o que aconteceu no início da criação para defender valores diante de uma sociedade permissiva e discriminadora. Aos poucos vão se introduzindo costumes que ameaçam as famílias. É preciso voltar ao que Deus propõe. O segundo tempo (vrs 13-16), Jesus faz a defesa dos pobres e se enche de ira, a ira de Javé – tão presente no Antigo Testamento – ao ver que os pobres, seus preferidos, aos quais pertence o Reino, são excluídos de sua presença, e isso por aqueles que se dizem cristãos! Jesus garante que o Reino é dos pobres (crianças), porque a graça de Deus foi destinada a eles.

 Reflexão.

1. Como estamos defendendo os valores do matrimônio?

2. Como está nossa solidariedade e nossa partilha?

3. Estamos nos amoldando ao projeto e seguimento de Jesus?

 Dinâmica:

Entrar com alianças – Renovar as promessas do matrimônio – Benção das alianças.