22/02/2012

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2012.

TEMA: FRATERNIDADE E SAUDE PÚBLICA
LEMA: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf Eclo 38,8)

Na Quarta-Feira de Cinza acontece um dos principais eventos da Igreja Católica no Brasil: o lançamento da Campanha da Fraternidade. A CF, como é conhecida, está na sua 49ª edição. Seu principal objetivo é despertar a solidariedade das pessoas em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos e apontando soluções. Neste ano de 2012 a Campanha da Fraternidade destaca a saúde pública e suas variantes. Com o tema “Fraternidade e Saúde Pública”, e o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8), a CF de 2012 tentará refletir o cenário da saúde no Brasil, conscientizando o Governo da precarização de condições dos hospitais e mobilizando a sociedade civil para reivindicar melhorias. O objetivo geral da Campanha da Fraternidade de 2012 é “Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção dos enfermos, e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde” (p. 12 do Texto-Base).

A Campanha da Fraternidade 2012 ainda apresenta seis objetivos específicos:

- Disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável.
- Sensibilizar as pessoas para o serviço aos enfermos, o suprimento de suas necessidades e a integração na comunidade.

- Alertar para a importância da organização da pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe.

- Difundir dados sobre a realidade da saúde no Brasil e seus desafios, como sua estreita relação com os aspectos socioculturais de nossa sociedade.

- Despertar nas comunidades a discussão sobre a realidade da saúde pública, visando à defesa do SUS e à reivindicação do seu justo financiamento.

- Qualificar a comunidade para acompanhar as ações da gestão pública e exigir a aplicação dos recursos públicos com transparência, especialmente na saúde” (cf. p. 12 do Texto-Base da CF).

A Igreja sempre se preocupou com a questão “saúde”. É bom lembrar que os primeiros hospitais foram organizados pela Igreja. Ainda hoje temos a responsabilidade sobre muitos deles. Nossa Diocese teve a coragem de assumir a direção da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeiro de Itapemirim, num momento em que aquele hospital passava por uma situação falimentar.  Devido à boa gestão, assumiu também a direção da Santa Casa de Castelo. Sentimos na pele o que é gerir um hospital filantrópico, que tem sua sustentação num sistema que teoricamente dá condições de atendimento a todos. Isso na teoria. O SUS (Sistema Único de Saúde) pretende ser uma maneira de colocar a saúde ao alcance de todos. Isso na realidade ele o faz. O complicado é a remuneração que se repassa ao hospital pelo atendimento do paciente. A tabela SUS não está atualizada e por isso fica difícil manter um convênio que dá prejuízo. Ainda temos longas filas. Há falta de leitos hospitalares. Os nossos profissionais da saúde são mal remunerados. É claro que a questão da saúde publica não se limita à gestão de um hospital. Penso que a CF2012 vai abrir um leque de reflexões sérias sobre a questão doença, a questão da salubridade, o cuidado com o meio ambiente... Deus é o Deus da vida. Não quer a doença. Vamos produzir um meio saudável para que tenhamos vida. “Eu vim para que TODOS tenham vida e tenham vida plena.” (Jo 10, 10).



Mons. Antonio Romulo Zagotto 


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